capítulo-53

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Sam:






       Acordei com a luz forte do sol entrando pelas cortinas, esfreguei meus olhos e me espreguiçei. Me sentei na cama e olhei em volta, não reconheci o ambiental, era um quarto tão grande, com um lindo piso encerado de madeira, uma grande televisão de tela plana e um raque de mármore branco muito charmoso. A varanda era um lugar adorável também, com um conjunto de mesa e cadeiras de couro marrom claro.

    Onde é que eu tô...?

       Ao olhar pra mesinha de cabeceira, vi uma foto de uma mulher muito parecida comigo, com duas crianças muito lindas. Me levantei da cama atordoada, e meio tonta ainda de sono, caminhei pelo quarto e fui até a porta. Olhei o corredor e parecia tudo estar vazio, caminhando em direção as escadas, ia passando por várias portas que pareciam ser quartos e me deparei com duas que me chamaram a atenção. Uma era azul claro e tinha uma plaquinha com o nome Eydan escrito, e a outra era cor creme com o nome Zoe, desci as escadas pra uma grande sala, era realmente uma mansão maravilhosa.

       Andando pela casa, passei em frente à um grande espelho redondo, e fiquei parada e assustada. Minha aparência era totalmente de uma mulher adulta, meus cabelos agora curtos e meus quadris mais largos, parecia ter envelhecido uns dez anos.

     — Bom dia querida! - ouvi uma voz conhecida me cumprimentar.
     Me virei e olhei, pra pessoa, que me deixo mais confusa ainda. Ranz, era ele, mas não o mesmo que eu conhecia e sim um verdadeiro e lindo homem de ombros largos, uma barba bem feita e com firmeza na voz.
     — Desculpa, do que me chamou, você disse "querida"?! - perguntei um pouco paranóica.
     — Somos casados à nove anos e você ainda me pergunta por que te chamei de querida? - Ele me olha estranho - Deve estar cansada, ficou até tarde ontem cuidando da festinha do Eydan - ele me dá um beijo na testa.
     — Eydan... Meu filho... Como você?
     — O que deu em você hoje hein?! - ele ri- Eydan completa cinco anos hoje, e Zoe já tem três. Por sinal, já estava hora de buscar eles na escola, vá se trocar.


       Não estava entendendo nada, eu só voltei pro quarto, me higienizei e depois desci. Entrei no carro com Ranz, onde tinha uma cadeirinha de bebê e um banco de elevação pra crianças, e ele dirigiu.  Estava tão falante, nem conseguia processar o que estava acontecendo ali, eu só me deixei levar. Quando chegamos na entrada de uma escolinha, Ranz estacionou, e eu vi várias mães na porta pegando seus filhos e saindo.

    Nós dois descemos, e ele pegou na minha mão, atravessamos a rua em um pequena corrida e chegando na entrada da escolinha Caminhamos pelos corredores agitados por crianças, e de longe ouvi uma criança gritar eufórica "papai e mamãe" e em seguida Ranz levantar o peque o garotinho loiro de olhos azuis no colo. Depois, ele se jogou em cima de mim, e me beijou no rosto, me chama do de mãe. Eu fiquei com o garoto e Ranz foi até uma salinha, de onde trouxe uma meninha Loira, pequena e sorridente que também me abraçou.


       Eu estava meio no automático, só imitava Ranz. Não sabia o que fazer, eles não paravam de me chamar de mãe, e chamar Ranz de pai, voltamos pro carro e colocamos ele em seus lugares. Não paravam de conversar animados, eu olhava pra eles, tão feliz...

      Formei uma  família com Ranz...
   E tivemos dois filhos?!

      Eu não sei o por que de não conseguir me lembrar de nada, parece tudo tão novo e estranho pra mim. Nove anos casada com Ranz e minha mente está totalmente em branco sobre isso... Que estranho...  Mas eu amava aquelas crianças, sempre que ouvia elas me chamarem de mãe, meu coração ficava quentinho e feliz. Chegamos em casa, e que casa era aquela que morávamos... Eydan subiu correndo até o quarto, e Zoe estava no meu colo, levei ela até o quartel. Não sabia bem o que fazer pois, nunca cuidei de criança antes. Achei que seria bom, dar um banho nos dois.

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