O encontro

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Segunda pela manhã, abro os olhos cuidadosamente e percebo os raios solares que invadem as janelas do meu quarto, envolvido com o ar geladinho que adentra pela fresta da janela que acabei esquecendo de fechar, sinto também o calor da minha cama e decido ficar ali mais um pouquinho e quem sabe, esquecer a vida chata e monótona que me espera com mais um início de semana, e sem perceber volto a dormir.

Algum tempo depois acordo assustada com o barulho da porta se abrindo e vejo que é Dulce que vem ao meu encontro com um lindo sorriso matinal, o qual a mesma não perde e faz questão de me contagiar.

-Querida, você não vai a Universidade hoje? - Indaga ela.

- Claro! Que horas são? - Me contorço para o lado e olho o celular...

DROGA! DROGA! Perdi o horário. Pulo da cama assustada.

-Calma meu amor, Deus te proporcionou uma linda manhã e você está cheia de saúde para aproveitar cada pedacinho do dia. -Ouço ela falar.

Corro para o banheiro, faço minha higiene matinal, visto uma calça escura e uma camiseta branca , coloco minha sapatilha, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e me olho no espelho.

-E aí Dulce estou legal?

-Claro minha querida, você é linda de qualquer jeito. Principalmente com essa combinação perfeita de cabelos pretos lisos, pela Clara e olhos azuis, você pararia qualquer trânsito.

-Pena que só você percebe, pois sou tão sem graça que ninguém me nota.- A dor da solidão em que vivo, aperta meu peito.

-Talvez esteja enganada, acredito que tem muitos corações derretidos por você, mas se sentem intimidados pelo poder de seu pai e esse excesso de seguranças.

-Chega desse papo meloso, porque estou atrasada. Fui. - Falei quase correndo.

-NÃO ESQUEÇA DE COMER QUERIDA! - Ouvi os gritos de Dulce.

Desço as escadas correndo , vou na cozinha pego uma fruta e uma torrada e vou de encontro a saída.

Então me recordo de Dulce dizendo:

"Deus te preparou um dia lindo"

Então abro a porta e fecho os olhos, sinto o toque do vento em minha pele, sinto também o calor do sol em meu corpo e decido respirar e expirar pausadamente enchendo e secando meus pulmões para relaxar e agradecer meu dia, quando de repente sou despertada do meu relaxamento por uma voz envolvente e forte.

-Bom dia senhorita Sofia Loren, sou Victor Valentim, seu novo segurança e motorista.

Abro meus olhos pausadamente.

Meu DEUS! Que ser humano tem a permissão de nascer assim? Tão lindo! Cabelos pretos e desalinhados caindos sobre a testa , pela clara e bronzeada, aproximadamente 1,80 aparentando seus 28 a 30 anos , olhos pretos como a noite e brilhantes como estrelas e.....

-Senhorita! ? - Sou retirada dos meus devaneios.

-Desculpe senhor Victor, estava distraída. - Tentei me recompor. - Prazer em conhece-lo! - Estendo a mão e o comprimento.

Logo me sinto envolvida por braços muito familiares pela cintura. É meu pai.

-Filha, vi que já conheceu seu segurança.

-Sim pai. - Mas agora devo ir, porque com certeza ja perdi a primeira aula. Tchau. - Saí fingindo naturalidade para camuflar o quanto aquela beleza me fascinou.

Ao chegar no carro, aguardo Victor abrir a porta e entro. Agora na verdade queria comer minha fruta mas acho que nem sei como mastigar elegante perto dele, acho que estou intimidada e envergonhada, não sei porque. Bom, então decido passar um Batom o qual não tive tempo de fazer em casa devido a correria. Logo percebo seu olhar sobre mim através do retrovisor, mas finjo de desententida e seguimos em silêncio até a Universidade.

Por coincidência logo que desço do carro encontro Naty na porta e a chamo para entrarmos juntas, assim que ela retorna, fica parada com os olhos fixos no Victor e logo me puxa pelo braço.

-Amiga que homem é este?

-Naty! É apenas meu motorista . - Puxei meu braço de si aperto.

-Amiga, pra mim poderia ser motorista, segurança, amigo, inimigo ou qualquer coisa, mas principalmente meu rolo. Que gato !

-Vamos embora já Naty! - Falei com um pouco de raiva , não sei o porquê, pois já conheço esse jeito louco de Naty há muito tempo.

O dia passa tranquilamente , assisti todas as aulas , fiz todas as anotações necessárias, recolho meus matérias e sigo para a lanchonete da universidade, mas no caminho me choco com alguém e acabo derrubando meus papéis.

-Desculpe -me por favor, estava distraida. - Explique- me à um estranho .

-Não precisa se desculpar a culpa foi minha. - Um rapaz muito bonito respondeu já recolhendo os papéis.

-Tudo certo.- Vou te ajudar nessa bagunça. - Disse sorrindo feliz, por estar finalmente conversando com alguém diferente.

- Você é Sofia , certo?- Perguntou ele.

-Como sabe meu nome? - Questionei.

-Todos aqui sabem seu nome, só não tem chance de se aproximar .

Antes de continuar o papo, sinto uma presença forte perto de mim e em seguida ouço também sua voz. É meu segurança.

-Tudo bem senhorita?

-Hã? ! - Sim, tudo ótimo Victor , só vou comprar um lanche e já iremos embora. - Levantei do chão com meus papéis.

-Tchau, sou Beto . - O rapaz, agora identificado se apresentou.

-Tchau, prazer em conhece-lo. Despedi-me triste, por ser discretamente interceptada de fazer uma nova amizade.

Enquanto estou na lanchonete me pego a pensar...
...Que vida chata, será que nem amigos posso ter?
Mas vou ter uma conversa com esse tal Victor!
E dependendo de suas respostas, conversarei com meu pai.
Que invasão de privacidade!

Eu sei que esses olhos pretos reluzentes encantam qualquer garota, fazendo- a almeijar por sua presença cada segundo do dia, sei também que hoje a noite terei uma insônia dos infernos para dormir sem sonhar com esses lábios tão convidativos, esse corpo tão deliciosos e esse cheiro divino que consigo sentir quando nos aproximamos. Mas tenho que tirar algumas dúvidas...

Droga! O quê eu estou pensando? Essa não é a Sofia que sempre fui.

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Bjos.

Meu Amor Meu Protetor ( CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora