O reencontro

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- Mae!

- Filha!

Naquele momento as coisas pareciam estar se ajeitando, porém minha cabeça ainda estava confusa e sofrida,  pois ver a minha mãe parada ali na minha frente depois de anos, era um pouco confuso, mas ao sair do transe ,fitei seus olhos firmemente.

- O quê faz aqui?

-Bem... é que.. Eu precisava te ver.

-Acho que aqui não é o melhor lugar pra conversarmos. - Falei seria.

- Eu sei, mas você está bem?

- Não acha que é tarde demais pra se preocupar comigo ? - Falei grossa.

- Sofia, sei que não me perdoou e talves nunca me perdoe, mas quero que saiba que se não fosse esse turbilhão de problemas, eu nunca teria me afastado de ti.

Estava sendo difícil conter as lágrimas que sufocavam meu peito e minha alma, pois sempre desejei abraçar e ser acariciada pela minha mãe,  receber amor e atenção. Mas acontece que naquele momento eu estava extremamente machucada.

- Acontece que agora não sei exatamente como estão meus sentimentos, o que pensar ou agir. Na verdade preciso de um tempo.

- Tudo bem,  eu te entendo filha, mas quero que saiba que estarei sempre pronta pra ti acolher e resgatar o tempo perdido. Esperarei seu tempo.

Não respondi,  apenas assenti e baixei meus olhos, pois aquilo tudo era demais pra mim, só de imaginar sonhar em reencontrar minha mãe e na hora "H " me senti tão estranha e sem saber qual decisão tomar, era muito complicado,  afinal de contas , ela me abandonou.

Enquanto estava envolvida em meus devaneios,  fui surpreendida por um abraço que me pegou despercebida.

Aquilo era estranho, mas ao mesmo tempo confortável e carinhoso, me sentia aconchegada. E sem pensar, retribuir aquele gesto de forma demoradamente.

Quando enfim nos afastamos, ela se foi sem darmos mais nenhuma palavra, e só ai percebo, que meu pai já não estava mais presente.

*****

Sai a procura dele, observando pelos corredores e todas as salas possíveis,  mas não o vi.
Decido ir procura-lo na lanchonete a qual estávamos frequentando naqueles dias no hospital,  e lá pude vê-lo sentado com um copo com água nas  e os olhos fixos para um ponto qualquer naquele espaço.

Aproximei- me vagarosamente e ainda em silêncio sentei ao seu lado, olhando fixamente para as minhas mãos, envolvi-me em pensamentos, lembrando de todos os cuidados e excesso de proteção que só o senhor Clark Maldonado poderia fazer com sua filha, somente ele , com seu jeito único e diferente de demonstrar o seu amor daquele forma. Mas pra mim não importava, por mais que eu falasse ao contrário, eu era muito grata por ele me amar e me proteger, mesmo com seu jeito especial. EU O AMAVA.

Envolvida pela emoção e meus pensamentos , elevo os meus olhos direcionando aos seus, e falo:

- Pai, eu nunca vou te abandonar, simplismente porque te amo.

Algo no meu coração me dizia que essas eram as únicas palavras que ele queria ouvir.
E assim , o abracei...

Meu Amor Meu Protetor ( CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora