"Nascido e amadurecido testemunhando o severo declínio da União, Nährus foi o revide definitivo dos awbhem à corrupção que subverteu nações aliadas. Muito além da mera personificação mítica do ídolo de guerra, Nährus encarnava os valores de força, velocidade, resistência, reflexo, bravura, intelecto, virilidade e infindável fúria. Intitulado posteriormente de Grande Pai pelos seus herdeiros de sangue, os Ver'kirins, ele dispunha de incontáveis méritos, entre eles, o descobrimento do verdadeiro nome do algoz dos povos da União; Asi'Kale. Tal palavra que arremetia aos Corruptores, foi extraída pelas próprias mãos de Nährus, ao matar a entidade suprema dos traidores Adúl-Dággas."
- Escritos de Nyranuai,
a Segunda Discípula, deidade do Renascimento
Arutama, Thulyrm
Suldeste da Gállen
UM ELFO sothe atravessou desimpedido pelo grande salão redondo do Conclave dos Árbitros. Este átrio, de onde batalhas nasceram muito antes do primeiro legionário marchar, nenhuma assembleia ocorria — os participantes estavam dispersos pelo continente, porém não tardariam para serem outra vez convocados a fim de encontrarem consenso entre clãs e tribos. Apesar de minúsculo se comparado às dimensões do salão, ele inundava o local de poucas luzes com o som de seus sapatos sobre o elaborado mosaico do mapa da Gállen. Cruzou as quatro arquibancadas vazias, galgou a ampla escadaria na outra seção e chegou à cimeira. Ali desenhava-se uma sacada redonda de larga abertura central para acompanhar, do alto, as reuniões do salão inferior de modo privilegiado, apesar de não dar visibilidade aos possíveis participantes. Estandartes com o brasão de diversos clãs do continente igualmente se espalhavam por todo o segmento, pendendo lisas para o nível de baixo permanecendo intocadas, pois o vento era inexistente. Cada tribo das províncias imperiais possuía representantes fixos que defendiam seus interesses entre os Árbitros, e estes juravam vassalagem ao Sumo Senhor do Grande Clã. A capital Arutama abrigava os santuários mais ancestrais da Gállen e era amplamente reconhecida como Metrópole das Arenas e das caçadoras primevas de éons de antes da contagem do tempo.
O mensageiro estacou adjacente ao simétrico e pouco detalhado trono de pedra desalumiado, onde uma figura voltava a face para o interior do ambiente em que nada acontecia. A rigidez de sua forma era tão imóvel quanto o assento negro sob ele, e seu semblante nunca revelado era encoberto por uma icônica máscara de nenhuma expressão. Bem presa sob o capuz, era constituída de uma única peça de material opaco que possuía textura de madeira e metal ao mesmo tempo, recordando a proteção facial usada por guerreiros ancestrais, mas sem aberturas para visão, respiração ou fala. As longas mangas e a barra da vestimenta apresentavam desgastes, rasgos nas extremidades que formavam tentáculos salientes de tecido, características que lhe assemelhavam a uma aparição assombrada, com eventuais perfurações detalhando discretamente um histórico de conjurações intensas que, por vezes, recaíram contra o conjurador.
— Sumo Bálshiba, trago relatos de grande interesse — expressou o elfo, curvando-se e apoiando-se sobre um joelho em clara submissão e respeito. Então aguardou imóvel e silente. Estar diante Dele era como se sentir sufocado por sua imposição, que cobria o ar de modo incompreendido pelos comuns.
O Senhor de Surkhedon não se moveu. Seu corpo era completamente coberto por uma veste que em nada enalteceria um imperador, composta de uma túnica cinza simples de aspecto antigo que mais lembrava um alquimista ou um mago excêntrico. Não portava joias, usava manoplas delgadas de dedeiras pontudas, tinha os pés revestidos em ataduras, e nenhum trecho de sua pele estava exposta. Até onde era sabido, fora mumificado por debaixo do manto, permanecendo assim desde o fim da Segunda Era e jamais removera qualquer trecho das ataduras.
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Quinta Lua (Ýku'ráv)
Fantasy(LIVRO COMPLETO) *Fantasia Épica em Terceira Pessoa focada na trama entre divindades vivas e mortas: um testemunho lírico em forma de livro sagrado dentro deste universo próprio* (+18) Sinopse: "A Matriarca nos governava com sua eterna sabedoria. T...