Quinta Lua (Ýku'ráv)

Epílogo

Encerramento de uma Era

A guerra entre o Surkhedon e os nórdicos fora só uma etapa violenta do Conflito que se prolongava na história dos awbhem. A princípio, estas batalhas trouxeram poucas mudanças na Gállen em geral, com exceção da fundação da Liga de Akanea e o afastamento de Bálshiba da política de Arutama. O Sumo se tornara mais recluso do que costumava ser, dedicando-se quase inteiramente ao estudo dos Caídos, o que aumentava gradativamente o poder político e militar dos Árbitros.

Aylentar suprimira a liberdade das templárias e caçara os veneradores da Falsa Rainha, uma imagem apócrifa que surgira entre o povo com o retorno das templárias. A mesma reação fora percebida no Arutama, e a Falsa Rainha se tornara um culto proibida, uma deidade associada aos bárbaros das Fronteiras, aos nórdicas rebeldes e o alguns povos desérticos.

O que por fim marcara o fim da terceira Era, fora, no entanto, algo completamente inesperado. Nas três facções, em diversas tribos, aconteceu de criaturas especiais nascerem. As lunnos, as dádivas de Nhãmrú, voltaram a nascer entre os awbhem tal fora antes da Era do Banimento. E, com uma geração nova de lunnos, nascendo, crescendo e amadurecendo sob influência de povos diferentes, nunca houve uma fêmea sacra com força individual para tornar-se a Matriarca. As lendas assim se remoldaram para continuarem no aguardo da legendária rainha unificadora. Enquanto os Regentes reinavam com punhos firmes, Aylentar as via como cidadãs e criaturas comuns, não dignas do trono por terem nascido com sensibilidade áurica ampliada, e muitas, ou quase todas, tornaram-se sacerdotisas. Arutama as aceitara em suas fileiras de agentes, as designando para os fins obscuros do Sumo. Em Yl'hinyrm, as Terras do Norte, as veneravam como uma benção, uma segunda chance dada por Nhãmrú aos awbhem graças ao sacrifício de Yîarien.

Com este recomeço ofertado aos awbhem, a sombra de uma Idade do Banimento se afastava da Gállen com o brilho das lunnos, e o ciclo 1350, quando ocorreram os relatos do renascimento das fêmeas sagradas por todos os territórios gallênicos, marcara o final da Terceira Era, zerando a contagem para o ciclo 0 da Quarta Era, a Idade do Conflito. Assim como para cada facção a presença das lunnos traria uma perspectiva, uma nova contagem do tempo lhes fora motivadora por motivos próprios. Tal finalização de Era coincidira, indiretamente de forma honrosa, com o sacrifício de Quinta Lua.