"A lunno é o gênero mais exótico dentro da espécie awbhem e, possivelmente, a mais rara de toda Ýku'ráv. São apenas fêmeas, fisicamente frágeis e todas inférteis. Nascem com uma forte ligação com a Aura, permitindo uma maior sensibilidade em sentir emanações de sentimentos e vontades de outros seres vivos. Na maturidade, geralmente expressam a afinidade com alguma das forças Akâns, o que criou a fácil associação de que todas as lunnos são magas iguais às sacerdotisas e enakâns. As lunnos possuem facilidade em superar o envelhecimento, pois o controle mental sobre o corpo delas é mais elevado que de qualquer raça. Elas seriam o oposto completo dos ysokem, tanto na questão áurica quanto na longevidade, sem que tenham escolha para mudar isso."
- Arquimago Idásios, pré-Banimento, quando as lunnos ainda habitavam a Gállen
em números consideráveis para serem notórias
Sul de Yl'hinyrm
Mês do Crescimento
A ESTRADA do outro lado seguia por entre as montanhas e continuava em campos abertos. Haviam deixado as Fronteiras e entrado na província nórdica gallênica, nos povos independentes do Norte. Ali, onde no mapa supostamente havia uma demarcação territorial, o grupo parou.
— Grande dama, foi uma imensa honra servir a senhora. — Ao lado do poake, com o elmo sob o braço, a aylentariana fez um cumprimento curvando o corpo. — Nossa instrução foi de segui-la até a entrada de Yl'hinyrm. Se avançarmos mais, entraremos em domínios inimigos, e como a senhora pertence a esses ermos, estará em melhor segurança a partir daqui.
Não exatamente em melhor segurança. Os povos "independentes" do Norte não possuem tal nome à toa. Cada povoado, cada cidade, cada tribo desfrutava de uma liberdade isenta de uma autoridade centralizadora como um líder ou um grupo que impunha leis comuns, sendo a maior diferença que tinham com seus rivais isänym e thulym. Os povos eram separados dentro do mesmo território, tendo as regras que bem entendiam, sendo essa uma herança deixada por Ákera pela libertação com Arutama. Mas esses eram detalhes que Yîarien não iria discutir com a amazona. Entretanto, apenas ela e Thâmyr seria um grupo mais discreto do que com as guerreiras aylentarianas a seguindo justamente a partir dali.
— Que a vossa viagem de regresso a Isänyrm seja tranquila. Sou muito grata a vós e ao sacrifício de vossas parceiras — disse, cordialmente, a lunno, despedindo-se de cada uma das quatro.
— Para vós também. Louvada seja a rainha de Isänyrm, Yl'hinyrm e Thulyrm. — Elas montaram nas selas, viraram seus poakes em meia-volta e trotaram pela estrada que já vinham.
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— SINTO-ME culpada pelo que aconteceu com a ponte. Ela era uma parte importante da história de nosso povo. — A lunno encarou em visão prática do que ocorrera em Wankai.
— Você é uma parte da história futura de seu povo, muito mais importante que uma ponte — Thâmyr argumentou simplista e prático. — Acho que vai conseguir lidar com isso.
Ela curvou o canto do lábio em um sorriso, apreciando a forma com que o protetor encarava as coisas.
— E agora? Qual nosso caminho? — As amazonas haviam partido, e os dois retomaram a viagem. Fazia um tempo desde que não eram unicamente eles na jornada, o que foi curiosamente nostálgico.
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Quinta Lua (Ýku'ráv)
Fantasía(LIVRO COMPLETO) *Fantasia Épica em Terceira Pessoa focada na trama entre divindades vivas e mortas: um testemunho lírico em forma de livro sagrado dentro deste universo próprio* (+18) Sinopse: "A Matriarca nos governava com sua eterna sabedoria. T...