Pergaminhos Perdidos: Rito da Renovação

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Somos a dádiva de Nhãmrú, o pólen da Aura sobre a terra. As artes do mundo hão de ser dominadas para a prosperidade e paz. Jamais temam o desconhecido.

- Escritos de Sý'Einna



3E 1341C

6 Ciclos antes da Revelação da Lunno de Aitháa


DA MENOR à maior, toda forma viva desenvolve um espírito próprio e único, sendo ela uma criatura senciente, uma árvore ou um inseto. Acredita-se que, quanto mais evoluído o pensar, reflexão e relevância ante os demais espíritos, mais complexo e poderoso se torna o espírito. Memória e essência perduram no invólucro espiritual do ser após a morte, e o caminho natural fora de um corpo adequado é a sua dissipação.

K'ammurianos desenvolveram meios de prolongar o desvanecimento espiritual de seus líderes para que os mesmos sussurrassem conselhos e segredos aos sacerdotes. Embalsamadores do deserto descobriram como preservar a capacidade de um corpo sem vida continuar sendo um santuário ao espírito, um refúgio de séculos, por mais que seja só uma múmia.

As feiticeiras awbhem, por sua vez, desvelaram técnicas de criar corpos artificiais — um "Corpo Vazio" em objetos, geralmente joias e máscaras —, realizando assim encanto e manipulação.

Ambos os métodos foram combinados pelas anciãs de Aitháa, a tribo que repousa na divisa entre o mundo gallênico e o míddico, tornando-se parte dos ritos principais dos adoradores das luas.

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INICIAVA-SE SEMPRE com um cântico melódico. A procissão seguia trilha acima nos montes florestados. Quatro anciãs representando os quatro astros noturnos transportavam a arca de madeira nobre, um berço final. Outras traziam composições perfumadas que queimavam balançando em seus incensários, levantando o véu de fumaça branca que se diluía na mata como a própria dissipação espiritual. Duas horas de vagarosa peregrinação da tribo ao santuário de pedras. Pilares rústicos incrivelmente antigos — vestígios primordiais — formavam um círculo. Ao meio dele, pousaram a arca e, com cuidado, levaram o corpo coberto por sudário até a superfície da pedra central. Perfeitamente plana, abrigava com exatidão uma elfa deitado.

Ramas untadas em óleos aromáticos eram abanadas sobre a sywha falecida, aspergindo gotículas nos que presente estavam.

Dav Sur'Sý, dav ayl. Pê favme yren dê soshe oshaen — "Pela Grandiosa Mãe, pela tribo. Do berço terrestre ao manto estelar", recitava a anciã em vestes vermelhas e uma coroa de chifres, tal uma galhada que circundava a cabeça.

Quinta Lua (Ýku'ráv)Onde histórias criam vida. Descubra agora