(14) - Conclave dos Árbitros

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"É comum as divindades receberem atributos não condizentes, principalmente as deidades milenares. O decorrer do tempo e a mudança de realidade dos povos, distorcem e reconstroem figuras adoradas. Se isso é um problema, cabe exclusivamente às divindades decidirem (...) perguntaram a Zyshuth se ele próprio representava uma entidade da Criação, uma condição às vezes associada à sua imagem de sábio. Então ele respondeu ao seu povo:

— A minha criação é o mero trilhar do conhecimento. A terra é sua própria Criadora; os céus, os seus Domínios; a Vida, a sua prole mais bela. Mas tanto a terra quanto nós somos regidos pelo tempo, e eu sou um dos conhecedores dos Ciclos".

 - Intercessor do Deserto, pergaminhos dos Arautos

Memorial dos sacerdotes de Zyshuth, o Eremita



Arutama, Thulyrm

Sudoeste da Gállen

Ciclo 1348, Mês do Crescimento



O SALÃO redondo, grandioso em tamanho e representatividade, comportava nas largas e separadas arquibancadas aqueles que discutiam as medidas que deviam ser tomadas. Os árbitros; chefes de clãs ou tribos inteiras, líderes militares, mercadores notórios e aristocratas, buscavam encontrar soluções que agradassem a maior quantia dos membros presentes. Soluções que envolviam o destino do povo de Arutama e seus reinos vassalos. As quatro arquibancadas representavam geograficamente cada território e seus líderes de espécies e raças tão divergentes. Enquanto discutiam calorosamente, pendia sobre suas cabeças o estandarte dos clãs, representando a junção denominada de Surkhedon, O Grande Clã.

O mensageiro terminou de galgar os degraus que o levaram até a sacada interna de cima do salão. Dessa vez, uma jovem sh'hila de vestes belas trazia o rolo de pergaminho. Curvou-se e o estendeu, oferecendo a mensagem.

O trono estava vazio, o que indicava que Bálshiba se retirara para outras funções vitais, provavelmente dar andamento aos estudos do conhecimento Asi'Kale que tanto consumia de seu tempo. Mesmo ausente fisicamente, ele acompanhava o desenrolar de cada seção dos árbitros. Os servos-voz eram seus vários olhos. O Sumo não precisava de morada ou qualquer lugar para descanso, ele não contava com luxos. Vivia inteiramente para o interesse de exaltar a Gállen da forma que compreendia como certa; vencendo o Conflito dos awbhem, seguindo princípios que só eram conhecidos inteiramente por ele.

Mudo e severo, sempre com ar de reclusão, o servo-voz apanhou das mãos da sh'hila os textos enrolados e devidamente selados. Do lado do trono, o servo guardava perenemente aquele lugar, como se fosse um ornamento íntegro daquele andar escuro que nunca abandonava. A emissária se retirou logo em seguida de fazer um cumprimento. Tirando o lacre do pergaminho, o servo branco o leu enquanto a sessão ocorria logo abaixo dele.

Quinta Lua (Ýku'ráv)Onde histórias criam vida. Descubra agora