(12) - Ponte de Rimanesh

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"O nome dos continentes e a disposição deles no mapa tardou para se tornar um consenso entre as civilizações da Primeira Era. As fronteiras eram caóticas, as disputas entre povos menores inacabáveis. A chegada da Antiga União nesses territórios foi fundamental para apaziguar esses novos povos, consequentemente os aglomerando sob o brasão da Árvore Áurea. Templárias ordenadas pelas Discípulas lideraram o longo processo de organização por todos os continentes conhecidos (...)"


- Relatos históricos

Primeira Era e a expansão da União




DURANTE A trajetória da companhia, seguiu-se uma rotina militar onde pausas menores eram feitas para descanso, garantindo rapidez pelas terras perigosas. Thâmyr se acostumara fácil com o ritmo das militares aylentarianas, sendo que os humanos comumente repousavam quase o mesmo tanto de horas que um elfo. Mas os humanos, mais do que nenhuma outra espécie sapiente avançada, possuía um organismo que se adaptava rapidamente ao ambiente e situação a que era exposto, o que garantiu a eles uma grande presença em todos os continentes durante as Eras, tendo a baixa longevidade compensada pela alta taxa de nascimento. Com isso, é a espécie mais dispersa e numerosa de que se tem conhecimento, sendo impossível não haver ao menos um pequeno grupo humano em cada cidade aberta para estrangeiros nos tempos atuais.

Thâmyr vasculhava sem sucesso, com a mão nos vários bolsos da vestimenta, em busca de algo.

— Em cima do cinturão, à esquerda — Yîarien falou repentinamente. Ela cavalgava um pouco a dianteira montada no mesmo poake ganho na vila dos bárbaros, ao qual ainda não dera nome por estar indecisa entre várias opções.

Só então trocou olhares com ela, quando a lunno virou o rosto para trás o suficiente. Ela não o estava espiando antes, nem sequer vira o cavaleiro buscando em seus equipamentos. Thâmyr tinha certeza de que a lunno observava para frente naquele momento.

De qualquer forma, ele seguiu a dica de Yîarien, que o levou a encontrar seu odre. Perturbadoramente o que procurava.

— Além de criar fogo você também lê pensamentos? — Destampou e levou o odre até os lábios, sorvendo a água do interior.

— Não, mas sabes que posso provar até mesmo os desejos dos que estão próximos.

— Para mim é a mesma coisa. — Fechou e guardou o odre sobre o cinturão. — Então anda me espionando?

— Desculpa-me, é inevitável — ela revelou transparecendo leve vergonha. Não era a resposta que Thâmyr esperava ouvir, e Yîarien notou as emanações de sutil preocupação nele. — Sentir o meu redor se tornou tão natural quanto respirar ou enxergar. É um sentido que me complementa.

— Não tem o que se desculpar, é um dom muito útil. Imagino ele sendo usado por um assassino — supôs, sabendo plenamente que a lunno era contra combate ou outras formas de violência. — Um assassino que pode antecipar o inimigo e nunca ser pego desprevenido.

— Agora entendes as guardiãs — falou Wanäe, que seguia trotando ao lado. — Claro que, na prática, é bem diferente. É no mínimo necessário um estado de concentração para notar a presença áurica e distingui-la do resto do ambiente; diferenciar a presença de um aliado para oponente é saber distinguir a vontade da aura separadamente. É difícil quando se está em pleno combate, afinal, é preferível focar no adversário erguendo a espada à sua frente, do que ouvir passos distantes, isso quando dá para ouvir os passos. E nem sempre é efetivo: vós, ysokem, sois uma das espécies com menor interação aura. Até uma árvore é mais fácil de sentir.

Quinta Lua (Ýku'ráv)Onde histórias criam vida. Descubra agora