O Menino De Rolê

Capítulo 53

Entramos no meu quarto, joguei meu salto do lado da porta e falei :

- Vou tomar um banho.

- Deixa eu ir junto com você. - beijou meu pescoço.

- Nananinanão. - rio.

Ele se joga na minha cama.

- Tá me devendo. - disse.

- Porque ?

- Não deixa eu ir tomar banho com você.

- Ah Victor, você para. - vou em direção a gaveta para escolher minhas roupas.

- Deixa eu escolher seu pijama pelo menos.

- Tá bom. - reviro os olhos.

Ele se levanta da cama e vem em minha direção. Ele escolhe um pijama minúsculo.

- Deixa eu escolher suas roupas íntimas também. - abriu a gaveta de roupas íntimas.

Escolheu umas que eu nunca tive ocasião para usar.

- Você é muito sem graça. - rio, olhando a roupa que ele tinha escolhido. - Vou passar frio. - reclamo.

- Estou aqui para isso. - abriu os braços.

Entro no banheiro para tomar banho. Coloquei as roupas que Victor havia escolhido, calcei o meu chinelo e sai do banheiro penteando o meu cabelo.

Ele estava com o seu lindo boné florido na frente do rosto e estava todo esparramado na cama.

Depois que termino de pentear o meu cabelo, me aproximo dele e tiro o boné de seu rosto escondendo-o atrás de mim.

- Tá com sono ? - perguntei.

- To cansado, da meu boné. - tentou pegar mas eu desviava com a minha mão.

- Nicole, Nicole. - se levantou ficando na minha frente.

- Victor, Victor. - rio.

Ele vem atrás de mim pelo quarto para pegar seu boné, até ele começar a fazer cócegas em mim e eu acabar soltando o boné. Eu ria e ria, estava vendo a hora que eu ia morrer, ali mesmo.

Me sentei na cama recuperando todo o fôlego.

- Jogo sujo. - digo.

Ele deita na cama ao meu lado me puxando e colocando em cima de seu corpo.

Ficamos em silêncio por alguns minutos. Encarava cada traço do rosto de Victor, e sim, eu me apaixonava cada vez mais.

- Não imaginava que fosse me pedir em namoro hoje. - brincava com meu dedo em seu peitoral.

- E eu imaginava que um dia iria te conhecer ? - sorriu. - Foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida.

- Quem diria hein ? Victor Rodrigues namorando. - solto um sorriso de deboche.

- Pois é. - tirou uma mecha de cabelo do meu rosto colocando-a atrás da minha orelha.

Me aconchego em seu peito e ele começa a fazer cafuné em mim. Acabo dormindo em seus braços depois de alguns minutos.

''Você é a confusão que eu sempre quis pra minha vida, eu fico confusa entre te querer e querer que você me queira. Eu fico confusa entre o verde dos teus olhos e o preto do teu cabelo, entre teu boné florido e seu boné preto da oakley. Mas essa confusão toda acaba quando eu vejo você, quando você sorri pra mim. Quando eu sinto seu coração bater juntamente ao meu num abraço apertado, acaba quando eu olho profundamente nos teus olhos enquanto você fala. A confusão toda acaba por que eu vejo que não tem como escolher, é tudo parte de um conjunto que eu amo intensamente: você. Mas é só a confusão que acaba por que meu amor por você se mantém e se manterá até que meu coração não suporte mais e pare de exercer seu trabalho.''

MESES DEPOIS...

Dezembro chegou, posso dizer que eu não podia estar mais feliz, pelo menos dá minha parte. Gabriela, como sempre, brigou com o Arthur, já tentei milhares de vezes aconselhar os dois, mas são dois cabeça duras. Fernanda estava na mesma de sempre, com os esquemas dela, com os problemas e tudo mais. Rayane estava com as suas confusões com seu namoro com Pedro, não sabia se terminava, ou se continuava, só sabia que não estava feliz. Fazia tempo que não via a Nathaly, nem sei se ela voltou para aquele tal de Julian, se voltou ela é uma troxa mesmo.

Ryan não fala comigo mais, nós até nos cumprimentamos, mas não paramos para conversar como antes e meu lindo e maravilhoso orgulho não deixa eu ir atrás dele. Gustavo voltou a falar comigo normalmente, mas ainda não explicou o motivo desse tal afastamento repentino dos dois. Meu namoro com Victor está melhor do que nunca. Minha mãe e a amiga deles estão bem próximas; eu e ele já chegamos até a sair com a sua irmã. Uns tempos pra cá ele me deu um gato de presente, sabe ? Aquele em que fizemos carinho no parque perto de sua casa. Quem podia imaginar que Victor fosse tão romântico assim ? Nem eu imaginava.

Estou mais próximas de seus amigos, que são uns amores.

Ah, esqueci completamente, ultimamente estou tendo que incluir Kate nas listas dos que mais andam falando comigo, eu sinceramente não sei qual é a dessa menina. Ela me cumprimenta todo dia na maior falsidade e sai rindo junto com o seu grupinho, e ainda vem de graça perguntando do Victor pra mim.

Um dia desses aí, quase estrangulei ela de tanta raiva, mas Victor estava lá, e eu acabei me contendo com suas provocações.

Estava saindo da escola e vejo Victor parado lá na frente mexendo no celular. Me despeço de meus amigos e vou em sua direção rapidamente. Chego por trás colocando cada uma de minhas mãos tampando seus olhos.

- Adivinha ? - cochicho bem pertinho de seu ouvido.

- Hum. - ele desliga o celular com dificuldade. Se vira, sela nossos lábios e me abraça me tirando do chão.

- PARABÉNS MEU AMOR. - digo toda sorridente beijando-o logo em seguida.

Sim, hoje é aniversário do Victor, 18tão, me diz se tem idade melhor ? Lógico que não. Mas Victor é cheio de graça e não quer fazer nada hoje, foi o que ele disse ontem pelo menos.

- Obrigada neném. - sorriu.

- O que vamos fazer hoje ? - perguntei.

Ele pegou minha mochila, mas puxei de volta ao perceber que ele estava com a dele também, muito peso para ele, tadinho.

- Vamos encontrar o Willian, o Eric, sua xará e o Jean no shopping.

Nicole é a namorada de Eric, minha xará.

- Que horas ?

- Agora. - colocou seu braço em volta da minha cintura e sorriu.

Fomos em direção ao ponto de ônibus, que ficava na esquina da rua da escola.

- Tem certeza que não quer fazer nada hoje ? - perguntei.

- Tenho.

- O que você quer mesmo de presente ? - sorrio.

- Já tenho o meu presente. - sorriu.

- E o que seria ? - eu realmente não sabia.

- Você bobinha. - bagunçou meu cabelo com a outra mão.

O ônibus chegou e entramos. Pela primeira vez em tempos, eu não enrosquei minha mochila na catraca, MILAGRE.

Não estava tão cheio, o que é muito bom. Nos sentamos, entrelacei meus dedos nos seus e encostei minha cabeça em seu ombro.