Pode se dizer que eu já estava razoavelmente bêbada. Eu certamente poderia dizer que a festa estava correndo bem, sem crises de ciúmes e nada de discussões idiotas.
Vou em direção a sala de estar junto com Victor, e certamente tinha uma roda instalada na mesma, parece que algo me chama. Coloco minha mão no ombro de Victor para ter um apoio enquanto tiro o meu salto. Dou-o para o mesmo e ele me olha com um sorriso enorme, certamente ele já tinha em mente o que eu iria fazer.
Me adentro na roda junto com Victor, e não é que meu querido Willian estava arrebentando lá no meio. Ele me olha e sorri, vem em minha direção me chamando para dançar com ele. Começo a dançar Free Step com ele, eu tinha uma paixão enorme por dançar, queria muito voltar a fazer academia de dança, mas nada na vida é como queremos, não é mesmo ? Quem sabe um dia eu volte...
- Hoje eu acabo com você baixinha. - Willian cochichou no meu ouvido ainda dançando.
- Tá muito cedo para ficar sonhando bonitinho. - bagunço seu cabelo e abro um sorriso sacana, sem parar de dançar.
- Sem jogar sujo.
- Não jogo sujo. - sorrio.
Acho que Willian e Arthur são os únicos amigos meus e de Victor que ele não sente ciúmes. Não tenho nenhum problemas em relação a eles, graças a Deus.
- Opa. - grita Gabi adentrando na roda. Por alguns minutos ela fica ao lado de Victor nos observando dançar, mas não demorou menos de 5 minutos para ela entrar no meio da roda e começar a dançar com o seu tênis que pisca junto com nós.
Alguns minutos depois Rafael entrou na roda e começou a dançar também.
- E aí abandona. - cochichou no meu ouvido.
- Jamais. - rio.
Começamos a dançar em casal, era eu com o Willian e a Gabi com o Rafael. Estava algo divertido, aliás, muito divertido, quando alguém errava algum passo, era risada atrás de risada.
Longos minutos depois, eu e Gabi decidimos sair da roda, fomos em direção ao bar e nos sentamos nos banquinhos que ficavam na sua frente. Arthur e Victor estavam conversando a alguns metros a nossa frente enquanto eu dava alguns goles no meu copo com catuaba e ela no seu com vodka.
Eles começaram a rir, queria muito saber o que estavam falando porque eles não paravam, sim, eu estava observando-os, inevitável não observar. De repente Gabi solta um sorriso bobo, acho que ela não percebeu pois não o tirava do rosto.
- Desde quando ? - perguntei fazendo a tirá-lo e me olhar, soltei um risinho, ela estava realmente viajando na risada de Arthur, ou do Victor, não, do Victor não era, eu acho.
- Desde quando o que ? - perguntou fingindo que não sabia do que eu estava falando.
- Desde quando você lembra dele ?
- Desde quando ele me beijou pela última vez.
- E isso não foi no hospital ? - eu estava meio confusa, porque ela fingiu todo esse tempo que não lembrava dele ?
- Sim. - voltou seu olhar para ele.
- Porque fingiu todo esse tempo que não lembrava dele ? Ele sofreu com isso, sabia ?
- Eu sei. Mas eu queria saber se ele me amava tanto assim como ele falava, se acontecesse alguma coisa grave comigo se ele estava disposto a ficar do meu lado, se ele estava disposto a me conquistar novamente...
- E todo esse tempo serviu para alguma coisa ?
- Só para deixar mais claro que ele é o homem da minha vida.
Sorrio. Acho tão bonitinho o jeito que os dois falam um do outro. Parece que todas as brigas que eles tiveram só serviram como aprendizado, e isso é magnífico.
- Você vai contar para ele ? - perguntei.
- Mas é claro!
- Quando ?
- Não sei ainda, mas vai ser logo. - sorriu.
- Não o deixe sofrer, ele já sofreu demais com o seu acidente.
- Eu sei. Não vou deixar, eu amo ele.
Ficamos em total silêncio e eu volto o meu olhar para eles que falavam e riam, dessa vez não estava só os dois, estava Willian e Lucas também, certamente estavam rindo das bobeiras que o Lucas fala.
- Acho bom mesmo. - rio, viro o resto de catuaba que tinha no meu copo e me levanto indo em direção aos meninos.
- Bom. - disse colocando o braço envolta do pescoço do Victor. - Posso saber do que vocês estão rindo tanto ? - perguntei.
Eles voltaram a rir, todos os quatro. Não estou vendo graça.
- Qual é a graça ? - perguntei novamente.
- Nada não. - diz Arthur se recuperando.
Minha cabeça estava girando, eu estava parecendo aquela bola brilhante que tem no teto de algumas baladas, que giram, giram e giram, essa era eu nesse exato momento.
- Relaxa nenê, nada demais. - diz Victor envolvendo seu braço envolta da minha cintura enquanto o outro segurava o meu salto. - Acho que você bebeu demais, não é mesmo ? - riu.
- Nunca bebi. Só água, para hidratar.
- Boa Ni. - disse Lucas rindo.
Victor arqueou uma sobrancelha e eu falei :
- O que foi ? - arqueei uma sobrancelha também. - Tá duvidando da minha palavra ? - fiz uma expressão de quem não estava acreditando e coloquei minha mão no peito. - Que absurdo!
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O Menino De Rolê
Novela JuvenilNicole Preston é uma jovem que acabou de completar 16 anos de idade. Sempre foi baladeira e nunca faltava em um rolê, não é atoa que mora em Las Vegas. Suas amigas era umas das suas melhores companhias, Fernanda Houst era aquela amiga sem graça, que...