Capítulo 79

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Pode se dizer que eu já estava razoavelmente bêbada. Eu certamente poderia dizer que a festa estava correndo bem, sem crises de ciúmes e nada de discussões idiotas.

Vou em direção a sala de estar junto com Victor, e certamente tinha uma roda instalada na mesma, parece que algo me chama. Coloco minha mão no ombro de Victor para ter um apoio enquanto tiro o meu salto. Dou-o para o mesmo e ele me olha com um sorriso enorme, certamente ele já tinha em mente o que eu iria fazer.

Me adentro na roda junto com Victor, e não é que meu querido Willian estava arrebentando lá no meio. Ele me olha e sorri, vem em minha direção me chamando para dançar com ele. Começo a dançar Free Step com ele, eu tinha uma paixão enorme por dançar, queria muito voltar a fazer academia de dança, mas nada na vida é como queremos, não é mesmo ? Quem sabe um dia eu volte...

- Hoje eu acabo com você baixinha. - Willian cochichou no meu ouvido ainda dançando.

- Tá muito cedo para ficar sonhando bonitinho. - bagunço seu cabelo e abro um sorriso sacana, sem parar de dançar.

- Sem jogar sujo.

- Não jogo sujo. - sorrio.

Acho que Willian e Arthur são os únicos amigos meus e de Victor que ele não sente ciúmes. Não tenho nenhum problemas em relação a eles, graças a Deus.

- Opa. - grita Gabi adentrando na roda. Por alguns minutos ela fica ao lado de Victor nos observando dançar, mas não demorou menos de 5 minutos para ela entrar no meio da roda e começar a dançar com o seu tênis que pisca junto com nós.

Alguns minutos depois Rafael entrou na roda e começou a dançar também.

- E aí abandona. - cochichou no meu ouvido.

- Jamais. - rio.

Começamos a dançar em casal, era eu com o Willian e a Gabi com o Rafael. Estava algo divertido, aliás, muito divertido, quando alguém errava algum passo, era risada atrás de risada.

Longos minutos depois, eu e Gabi decidimos sair da roda, fomos em direção ao bar e nos sentamos nos banquinhos que ficavam na sua frente. Arthur e Victor estavam conversando a alguns metros a nossa frente enquanto eu dava alguns goles no meu copo com catuaba e ela no seu com vodka.

Eles começaram a rir, queria muito saber o que estavam falando porque eles não paravam, sim, eu estava observando-os, inevitável não observar. De repente Gabi solta um sorriso bobo, acho que ela não percebeu pois não o tirava do rosto.

- Desde quando ? - perguntei fazendo a tirá-lo e me olhar, soltei um risinho, ela estava realmente viajando na risada de Arthur, ou do Victor, não, do Victor não era, eu acho.

- Desde quando o que ? - perguntou fingindo que não sabia do que eu estava falando.

- Desde quando você lembra dele ?

- Desde quando ele me beijou pela última vez.

- E isso não foi no hospital ? - eu estava meio confusa, porque ela fingiu todo esse tempo que não lembrava dele ?

- Sim. - voltou seu olhar para ele.

- Porque fingiu todo esse tempo que não lembrava dele ? Ele sofreu com isso, sabia ?

- Eu sei. Mas eu queria saber se ele me amava tanto assim como ele falava, se acontecesse alguma coisa grave comigo se ele estava disposto a ficar do meu lado, se ele estava disposto a me conquistar novamente...

- E todo esse tempo serviu para alguma coisa ?

- Só para deixar mais claro que ele é o homem da minha vida.

Sorrio. Acho tão bonitinho o jeito que os dois falam um do outro. Parece que todas as brigas que eles tiveram só serviram como aprendizado, e isso é magnífico.

- Você vai contar para ele ? - perguntei.

- Mas é claro!

- Quando ?

- Não sei ainda, mas vai ser logo. - sorriu.

- Não o deixe sofrer, ele já sofreu demais com o seu acidente.

- Eu sei. Não vou deixar, eu amo ele.

Ficamos em total silêncio e eu volto o meu olhar para eles que falavam e riam, dessa vez não estava só os dois, estava Willian e Lucas também, certamente estavam rindo das bobeiras que o Lucas fala.

- Acho bom mesmo. - rio, viro o resto de catuaba que tinha no meu copo e me levanto indo em direção aos meninos.

- Bom. - disse colocando o braço envolta do pescoço do Victor. - Posso saber do que vocês estão rindo tanto ? - perguntei.

Eles voltaram a rir, todos os quatro. Não estou vendo graça.

- Qual é a graça ? - perguntei novamente.

- Nada não. - diz Arthur se recuperando.

Minha cabeça estava girando, eu estava parecendo aquela bola brilhante que tem no teto de algumas baladas, que giram, giram e giram, essa era eu nesse exato momento.

- Relaxa nenê, nada demais. - diz Victor envolvendo seu braço envolta da minha cintura enquanto o outro segurava o meu salto. - Acho que você bebeu demais, não é mesmo ? - riu.

- Nunca bebi. Só água, para hidratar.

- Boa Ni. - disse Lucas rindo.

Victor arqueou uma sobrancelha e eu falei :

- O que foi ? - arqueei uma sobrancelha também. - Tá duvidando da minha palavra ? - fiz uma expressão de quem não estava acreditando e coloquei minha mão no peito. - Que absurdo!

O Menino De RolêOnde histórias criam vida. Descubra agora