Capítulo 93

1.2K 82 15
                                    

|| ARTHUR NARRANDO

Victor foi embora, eu ia pedir pra ele dar uma carona pra mim, mas o cara foi a todo vapor e nem deu tempo. 

- Vitinho estourou lá em cima hein. - Gabi disse.

- Carlos não devia ter dito o que disse. - a mãe da Ni falou. - Mas a atitude do Victor foi linda, defender minha filha.

- Foi mesmo tia. - Gabi disse novamente.

- Não mesmo, esse cara não tem senso mesmo. Só não amasso o pote dele, porque é mais velho. - falei. - E o Victor é um cara de se admirar mesmo. 

- Se acalma aí. - Gabi falou. - Partir pra violência só vai te deixar mais machucado. 

- Tá me desmerecendo ? 

- Não to desmerecendo ninguém. - sorriu. Vai tomar no cú, esse sorriso me desmonta. 

- Ah bom. 

- Estão com fome ? Vou fazer alguma coisa pra comer. - a Rose disse e se levantou. 

- Não, obrigada tia. - falei. 

- Eu to. - Gabi disse. 

- Quando que você não tá ? - rio.

- Quando ela tá comendo. - a mãe da Ni disse. 

- Até você tia ? - Gabi cruzou os braços. 

- Já volto gente. - Rose falou. 

- Tira esse beiço aí. - falei pra Gabi. 

- Me deixa. - ela riu. - Vamos falar de coisas mais interessantes. - lá vem. - Quando que vai ter social ? Preciso beber. - já começou. 

- Não sei, Vitinho deve saber. Sabendo se controlar não tem problema nenhum, pode beber a vontade. 

- Você me conhece, sabe que eu não sei. 

- Aprende. 

- Me ensina. - olhei para ela e senti uma ponta de esperança. - A gente não devia ter ficado ontem. 

- Não, mas ficamos, não dá pra voltar atrás. 

- Infelizmente. - ela disse baixinho mas eu consegui escutar. - Quando vamos conversar sobre nós ? 

- Qualquer dia, a gente pega o dia inteiro pra conversar, o que você acha ? Porque vai durar o dia inteiro essa conversa.

- De o que ? Defeitos meus né ? Porque parece que só eu tenho defeito no mundo. 

- Não falei isso. 

- Mas foi o que você quis dizer. Maldita hora que eu fui te conhecer! - seus olhos começaram a marejar. Eu não aguento ver ela chorando. - Maldita hora que eu fui me apaixonar por você, se eu pudesse voltar atrás tinha feito outras escolhas, porque eu me arrependo de todas que eu fiz referente a você. - ela se levantou e foi em direção a porta. 

- Gabi. - chamei-a, mas ela não deu a mínima e saiu. 

- Outro casal ? Esse mundo tá virado. - o pai da Nicole disse. 

- Fica na sua. - falei e fui atrás da Gabriela. Ela estava sentada na calçada chorando, me sentei do lado dela. - Me desculpa, por tudo mesmo. 

- Esquece, Arthur. Esquece. - ela disse soluçando.

- Eu te amo, te amo muito. 

- Não ama, se amasse... - a interrompi grudando nossos lábios, ela permitiu passagem e começamos um beijo. Beija-lá era um vício pra mim, não tinha coisa melhor que isso, me deixava flutuando, é gay ? É, se foda. Mas eu amo essa menina, amo demais, caralho, ela é tudo pra mim. Ela me empurrou parando o beijo. 

- O que foi ? - perguntei tirando uma mecha de cabelo do seu rosto.

- Não sou mais uma da sua lista. 

- Não é mesmo, você é a única, é a minha lista inteira. 

- Não vem com esse papo gay aí não. 

- Eu to falando sério, me desculpa se te fiz chorar, me desculpa mesmo, prometo recompensar todo tempo perdido. 

- Hum. - resmungou e eu dei uma risadinha. 

- Da sua mão. - ela deu e eu tirei o anel, que por acaso, ainda estava no seu dedo. - De novo. - me ajoelhei. - Quer namorar comigo ? - perguntei. 

- Lógico. - ela disse toda sorridente, coloquei o anel no seu dedo e ela pulou no meu colo me abraçando. - Me desculpa, vou tentar ser a melhor namorada do mundo, a mais carinhosa, a mais atenciosa.

- Eu quero que você seja você, sem essas coisas de chamar atenção, mas você. Porque te amo desse jeitinho. - acariciei sua bochecha. 

|| VICTOR NARRANDO

Já era 18:35, aproveitei que tava no shopping, alimentado e fui comprar MC e alguns chocolates pra agradar minha namorada. Ela tá merecendo um agrado. Comprei tudo, fui em direção ao estacionamento, guardei as coisas que eu comprei no ''porta-mala'', subi na moto e sai de lá. Depois de um tempo cheguei na casa da Nicole, estacionei, peguei as coisas e entrei. Já encontrei o pai da Nicole no mesmo lugar de quando eu saí. 

- Voltou ? - ele perguntou. - Quer escutar mais umas poucas e boas de novo ? - RESPIRA VICTOR. Ignorei total. 

Subi a escada e bati na porta do quarto dela. 

- Entra. - ela disse. Eu entrei e fechei a porta atrás de mim. - Oii. - ela sorriu. 

- Trouxe pra você. - coloquei em cima da cama e me sentei. 

- Você é o melhor namorado do mundo. - ela abriu um sorriso de orelha a orelha. - Muito obrigada. 

- O que eu não faço pra ver esse sorrisinho aí ? - sorrio. Ela abriu e começou a comer as batatas-fritas. 

- Viu, você não precisava ter enfrentado meu pai daquele jeito. 

- Não precisava ? Claro que precisava, puta cara folgado. 

- Não, ele tava querendo te irritar, louco pra você meter a mão na cara dele e ele pagar de vítima. E você quase caiu na provocação, aliás, ele podia ter batido em você.

- Eu sei muito bem o que eu tava fazendo e ele que viesse encostar um dedo em mim. 

- As vezes pagar de herói tem consequências. 

- Eu não tava pagando de herói. 

- Não ?

- Sério que a gente vai discutir por isso mesmo ? Ah vai cagar, vai ficar discutindo sozinha. Trouxe aqui as coisas pra você, só penso no seu bem, e você vem discutir comigo. Me desculpa, mas eu não vou ficar escutando você falar. - eu estava pronto para me levantar, quando ela me puxou para um abraço. 

O Menino De RolêOnde histórias criam vida. Descubra agora