Capítulo 87

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|| NICOLE NARRANDO

Um mês se passou, foi difícil ficar todo esse tempo vendo ele sem poder beija-lo, sem poder dizer o quanto o amo. Ele agia normal, como se eu não fizesse falta, ele estava bem, muito bem, então acabei me convencendo disso, que ele fica melhor sem mim e que não iria mais correr atrás dele, quem sabe um dia a gente se resolva.

E lá estava eu na Exchange, uma balada muito renomada daqui, com a Gabi, a Ray, o Gustavo e o Ryan, como nos velhos tempos. Estavamos bebendo, curtindo, dançando como se fosse o último dia de nossas vidas, tava tudo tão maravilhoso.

- Oi Ni. - Arthur vem na nossa direção, me cumprimenta e vai cumprimentando a galera, inclusive Gabi, e pra constar, eles ainda estavam brigados.

- Oi Thur, tudo bem ? - perguntei. Depois que eu e o Victor demos um tempo, se ainda estamos dando esse tempo né, eu meio que me distanciei dos amigos dele, não por culpa minha, e sim porque o Victor era a minha ponte de amizades com aquela galera, o único que eu mantive a amizade, óbvio, foi o Arthur.

- Tudo. - ele olhou de canto pra Gabi, sim, eu percebi. - e com você ?

- To bem. - dei uma pausa. - Vai falar com ela. - cochichei no seu ouvido.

- Com ela quem ?

- A Gabi né. Vai lá.

- Porque ?

- Você ama ela, pode até ser errado, mas que se foda, vai. Ela te ama e muito, não deixem isso acabar assim.

- Como você e o Victor ? - soltou um riso.

- Esquece eu e o Victor.

- Ele tá aqui. - me interrompeu.

- Não tenho mais nada a ver com a vida dele. - falei, mas por dentro eu tava ''ONDE ELE TÁ?''. - Não deixa ela ir embora, ela pode não voltar mais, e pode não parecer, mas ela sente muito a sua falta.

- Não tem como, ela tem que decidir, fica difícil aturar ela com esse espírito de dog, não to muito afim de ser chifrudo.

- Isso eu concordo com você. - rio e acabo pensando no Victor, ele também tem esse espírito. - Mas pense no que eu te disse, não deixa o amor de vocês acabar, não cometam os mesmos erros que eu e o Victor cometemos. Pelo menos nossa relação vai servir como exemplo né. - solto um riso.

- Vou pensar, com carinho. - sorriu. - E o amor de vocês não acabou.

- Mas a esperança sim. O Victor nasceu pra ser solteiro, ele fica melhor assim.

- Ah cala a boca, não joga toda a culpa nele, porque você também tem uma grande porcentagem de culpa, os dois tem. - é verdade, não posso fechar os olhos pra isso.

- É, você tem razão. - abro um sorrisinho forçado sem mostrar os dentes. De repente Victor aparece no meu campo de visão beijando uma garota, fiquei uns 30 segundos olhando, ignorando o que o Arthur tava falando, na verdade, eu não tava nem prestando atenção, meus olhos estavam prestes a marejar, mas eu me contive e voltei para o Arthur. - O que foi que você disse ?

- Que claro que eu tenho, vocês dois são idiotas, do mesmo modo que você culpa ele, ele te culpa, sendo que a relação é a base de duas pessoas. - eu acabei voltando meu olhar pra lá de novo. - Onde você tá travada ? - riu e ele seguiu o meu olhar, ao ver ele se enfiou na frente e tampou meu campo de visão.

- Viu, ele fica melhor sem mim.

- Você tá se convencendo disso, quando na real não é isso que ele acha.

- E o que ele acha ?

- Que você tá melhor sem ele, e ele faz isso pra te esquecer e pra você esquece-lo.

- Será ?

- Parça, ele fala direto de você pra mim, logo colo a boca dele com esparadrapo, porque não aguento mais, juro, vou meter o socão daqui a pouco.

- Sinto a falta dele.

- Eu sei que sente, ele também sente a sua.

Ficamos alguns minutos conversando, depois fui com a galera de antes e ficamos curtindo, mas eu não estava muito no pique, na real, eu já estava muito cansada. Avisei-os que já ia sair, peguei as minhas coisas com o Ryan e fui lá pra fora. Desbloqueei o celular e vi que já era 1:31 da manhã e lá acabava 2:00, bloqueei o celular e vi que tinha um menino sentado no banco da praça, só que estava longe, então acabei não reconhecendo quem era, caminhei um pouco e fui em sua direção, era o Victor.

- Tá tudo bem ? - perguntei me sentando do seu lado.

- Aham. - me olhou e passou a mão na nuca. Um péssimo mentiroso, como sempre.

- Você passa a mão na nuca quando mente. - falei rindo. - O que houve ?

- Ainda lembra meus tiques. - riu. Meu Deus, aquilo pareceu como se fosse a primeira vez que eu estava vendo aquele sorriso, o sentimento, o quanto eu fiquei apaixonada.

- Lembro de todos.

- Acho que bebi demais. - riu novamente.

- Novidade. - revirei os olhos e ri. - Quer voltar lá pra dentro ? Eu te ajudo.

- Eu só exagerei na bebida, não perdi a consciência, sei o caminho. - disse e me olhou. Quanta grosseria! Quer saber ? Se foda ele.

- Que que eu to fazendo aqui ? - cochichei para mim mesma e me levantei. Mas ele segurou o meu braço, acho que ele escutou.

- Fica aqui. - me olhou com um olhar de quem precisa de um colo. NICOLE, NÃO CAIA, PELO AMOR DE DEUS.

- Pode me soltar ? - olhei nos seus olhos.

- Só se você for ficar aqui.

- Tá bom. - ele soltou o meu braço e eu me virei para ir embora, quando ele segurou o meu braço novamente e me puxou com força, fazendo eu cair em seu colo e nossos rostos ficarem a centímetros um do outro.

O Menino De RolêOnde histórias criam vida. Descubra agora