Capítulo 37

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- Estou bem também, graças a Deus. - minha mãe sorriu.

- E aí Zé. - me cumprimentou e sentou ao meu lado.

- E aí.

- O que aconteceu com o Caíque ? É porque a Nicole ligou chorando pra Gabi ?

- Ah, é complicado.

Expliquei tudo certinho pra ele, o que eu sentia pela Nicole, ela estar se sentindo culpada, exatamente tudo.

- E o que que você está fazendo aqui sentado ? - perguntou Arthur.

- Ele devia ir atrás dela, mas ele é bobo, ele não tá vendo que daqui a pouco vai perder a pessoa que ama se continuar assim. - diz minha mãe.

- Concordo com você tia, seu filho é muito orgulhoso.

- Eu to aqui, e eu sou orgulhoso mesmo. - digo.

- Levanta dai Vitinho, vai lá, é capaz que ela precise mais de você do que da Gabi. As pessoas acabam dizendo coisas e horas erradas, releve, porque você também faz isso.

- Eu já volto. - me levantei e fui em direção ao estacionamento.

|| NICOLE NARRANDO

Lá estava eu, com as lágrimas rolando pelo o meu rosto e observando o céu. Escuto a porta que dava para o estacionamento sendo aberta, me levanto rapidamente, limpo minhas lágrimas, olho para trás e vejo Gabi.

Corro de encontro a ela e abraço-a com toda força.

- Ei, não chora, você sabe que se você chorar eu choro também. - retribui o abraço.

Ao nos separarmos volto a me sentar no chão e ela senta ao meu lado em seguida.

- Me conta o que está acontecendo porque eu não estou entendendo nada. - diz.

Expliquei tudo para ela, sobre eu e Victor, eu e Caíque, tudo e ela dava pulinhos e batia palma de alegria por eu e Victor estarmos juntos, mas também ficava triste pelas coisas ruins que estavam acontecendo referente a mim.

- Ei Ni, você não tem que se sentir culpada e muito menos culpar a sua relação com Victor, você está feliz não está ? E é isso que importa, eu sei que você e Caíque estavam juntos, mas você sempre foi apaixonada pelo Victor, eu vi esse amor desde o começo, eu sou a prova disso. Não se culpe por uma cosia que você não fez. - disse.

- Eu causei tudo isso, se eu não tivesse ligado para Victor beijando várias meninas na Tryst eu não teria me envolvido com Caíque e ele muito menos não estaria em uma mesa de cirurgia agora.

- E você não estaria com o Victor agora. Você nunca ia imaginar que isso fosse acontecer, o destino é imprevisível. - me abraçou.

- Eu amo tanto ele, mas eu sempre faço bosta e estrago as coisas, é incrível.

Ela tava abrindo a boca para dizer alguma coisa, quando escutamos a porta que dava para o estacionamento ser aberta, olhamos para trás e Victor estava vindo arrumando o seu boné.

- Posso falar um pouco com ela ? - perguntou para Gabi.

- Claro, Arthur está lá dentro ?

- Está.

Gabi depositou um beijo na minha testa e foi em direção ao hospital.

Me levantei para ficar de frente para o Victor, limpei as minhas lágrimas e disse :

- Me desculpa, de verdade, eu cheguei o mais perto do sentido da palavra felicidade esse ano e eu estraguei tudo, eu acho que é esse o meu problema, eu sempre estrago tudo, por orgulho, por querer estar certa, por tudo. Eu sou uma pessoa cheia de problemas... - digo.

- Não fala nada. - me interrompeu, aproximou seu rosto do meu e selou nossos lábios antes mesmo que eu pudesse pensar em alguma coisa. Entre abri-os permitindo que sua língua entrasse.

É incrível como eu amo esse menino, ele me transmite todo o tipo de sentimento, se for para escolher entre ficar e ir, eu iria com ele e ficaria o resto da minha vida junto a ele.

O jeito que ele me conquistou... Ninguém nunca chegou a me conquistar tão rapidamente é tão brutalmente como ele, eu já chorei tanto por ele, mas tanto e agora poder sorrir ao seu lado é uma grande conquista para mim, eu não trocaria esse momento por nada nesse mundo.

Ao selarmos o beijo, ele segurou o meu rosto e disse :

- Pare de se culpar, a única culpa que você tem é de ter conquistado o meu coração, nada a mais nenê. Quando eu me apaixonei por você, eu disse um sim a todos os seus problemas e principalmente a todo esse orgulho que você tem, eu te amo, e estou disposto a fazer tudo por nós, e por você, principalmente.

- Eu só tenho a agradecer por você estar disposto a tudo isso, e só vou te dizer uma coisa, não vai ser nada fácil baixinho. - toco o seu nariz e rio.

- Se eu consegui te perdoar sendo orgulhoso do jeito que sou, porque não vou conseguir perdoar mais umas bilhões de vezes ?

- Eu te amo. - selo os seus lábios.

- Vamos entrar ?

- Vamos. - me deu a mão e fomos entrando de mãos dadas.

- Como está Caíque ? Já saiu da cirurgia ?

- Não falaram nada, mas relaxa, vai ficar tudo bem com ele.

- Espero que sim. - encosto minha cabeça em seu ombro.

Fomos em direção a sala de espera onde os pais de Victor e de Caíque, e a Gabi e o Arthur estavam.

- ALELUIA. - diz Gabi pulando da poltrona.

- Gabriela, você está em um hospital, abaixa essa bola toda aí. - digo.

- Ain. - fez bico e voltou a se sentar.

Victor e Arthur riam da situação. Me sentei entre Arthur e Victor e coloquei minhas pernas em cima das de Victor.

- Falaram alguma coisa do Caíque ? - perguntou para Priscilla, mãe de Victor.

- Não disseram nada ainda Ni.

A mãe de Caíque andava para lá e para cá roendo as unhas, e o seu pai tentava acalma-lá, o que não estava fácil.

Caíque é a cara de seu pai, e tem alguns traços da mãe também, os dois são muito bonitos, acho que foi daí que Caíque puxou toda aquela beleza.

O Menino De RolêOnde histórias criam vida. Descubra agora