Capítulo 61

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Escutei um barulho super alto, será que estou ficando louca ?

- Você escutou ? - perguntei.

- Escutei. - me olhou assustado.

Todo mundo estava indo para o lado de onde tinha vindo o barulho para ver o que tinha acontecido. E lá fomos eu e Arthur, eu realmente estava com medo do que possa ser aquilo.

De longe parecia um acidente e tinha um monte de jovens em volta do acontecido. Olhei para Arthur que estava caminhando do meu lado e apressamos o passo.

Quando cheguei lá, empurrei todos que estavam na minha frente tampando meu campo de visão. Quando olhei para o chão, Gabi estava jogada no chão e inconsciente, escorria sangue de sua boca e eu comecei a ficar desesperada, não sabia o que fazer.

Me agachei ao seu lado tentando acorda-la, mas sem sucesso. Meus olhos estavam lacrimejando, Arthur estava paralisado, observando aquela cena, minhas mãos tremiam de um jeito incontrolável.

- ALGUÉM LIGA PRA AMBULÂNCIA, POR FAVOR. - digo.

O motorista do carro estava desesperado, andava para lá e para cá. Caio estava ligando para a ambulância; se aquilo for um sonho, eu quero muito acordar.

Arthur se ajoelhou do outro lado de Gabi, pegou sua mão e começou a acaricia-la.

Em menos de 40 minutos a ambulância chegou, colocaram a Gabi em uma maca, ela ainda estava inconsciente, um moço de jaleco branco pediu para que fossem duas pessoas junto com ela na ambulância. Eu e Arthur nos pronunciamos na hora.

Eu fui de um lado e ele foi do outro. Ele demonstrava tanto carinho por ela, era incrível o jeito que a olhava. Eu não acredito que isso esteja acontecendo com a minha amiga, porque todo mundo a minha volta se machuca ?

Chegamos no hospital, tiraram ela da ambulância com a nossa ajuda e levaram-a para a UTI.

Tivemos que ficar na sala de espera, Arthur andava para lá e para cá, e eu estava sentada balançando a minha perna e chorando silenciosamente.

Passaram horas e horas e nada. Arthur já tinha ido reclamar para a secretaria umas 15 vezes, eu não conseguia nem falar, ficava olhando para o mesmo lugar a horas enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto. A única coisa que passava pela minha cabeça era que eu tinha que avisar a mãe dela, e não sabia como fazer isso.

Depois de um longo tempo, o médico apareceu. Me levantei na hora indo em sua direção.

- Me diz que ela está bem doutor, por favor. - digo.

- É o seguinte. - disse olhando alguns papéis. - Ela está em coma, parece que a batida foi muito forte, causando algumas lesões.

Me virei, tampei o meu rosto e comecei a chorar. Eu não acredito que isso esteja acontecendo.

- Não vou dar esperança para vocês, mas ela tem uma grande chance de não sair dessa. - continuou.

Meu Deus. Eu devo estar sonhando, não é possível, minha melhor amiga não.

- Eu quero vê-la. - diz Arthur.

- Desculpe Senhor, ela está na UTI, não pode receber visitas.

Arthur saiu em direção ao corredor, procurando pela Gabi.

- Onde ela está ? - perguntou.

- Arthur. - fui até ele, coloquei minha mão em seu ombro fazendo-o se acalmar.

Ele se virou, bateu a mão na parede, encostou sua cabeça nela e começou a chorar silenciosamente.

Fiquei na ponta do pé, coloquei minha mão em seu ombro encostando minha cabeça nas suas costas.

- Temos que nos acalmar. - digo. - Nada se resolve na euforia.

Eu tentava me mostrar o mais forte possível, mas estava impossível.

Voltamos para a sala de espera e ficamos lá. Eu estava dando algumas ligações, inclusive para a mãe de Gabi, que ficou desesperada e disse estar vindo para cá, não foi nada fácil passar essa notícia para ela.

Estava dando mais algumas ligações, quando me virei para a porta principal do hospital, Victor estava vindo em nossa direção, ele sentou ao lado de Arthur, colocou a mão no seu ombro e começou a falar algumas coisas que eu não consegui escutar.

Terminei as ligações e me sentei do outro lado de Arthur.

- Tem mais alguma noticia dela ? - Victor perguntou.

- Nada. - digo.

- A culpa é minha, se eu não tivesse deixado ela tão irritada, nada disso teria acontecido. - diz Arthur.

Ele estava se culpando ? Como assim ?

- Ei. - me agachei na sua frente. - Você não tem culpa de nada, como você saberia que isso ia acontecer ? Tire isso da sua cabeça, você não tem culpa de nada.

Ficamos alguns minutos em silêncio, Arthur não dizia nada, Victor se levantou e puxou meu braço me levando para o corredor.

- Você está bem ? - se encostou na parede e eu fiquei na sua frente.

- Como posso estar bem ? Minha melhor amiga está em coma. - algumas lágrimas começam a escapar. - Eu tento ser forte e deixar a situação no controle, mas eu não consigo.

Que merda! Eu estava tentando me manter forte todo esse tempo, mas falhou, eu não sou forte.

Victor me abraçou, me aconcheguei em seu peito e deixei que as lágrimas saíssem. Ele fazia cafuné em mim e isso me acalmava.

Só de estar assim com Victor já me acalmava.

O Menino De RolêOnde histórias criam vida. Descubra agora