II

6.7K 370 91
                                    

Ariana A casa dele é bem afastada do "movimento", digamos assim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ariana
A casa dele é bem afastada do "movimento", digamos assim. Depois do que eu disse, não olhei mais para ele, apenas foquei meu olhar na estrada, mas tenho certeza de que o vi dar um pequeno, bem pequeno, sorriso. Eu adoraria perguntar como diabos ele conhece os meus pais, mas pela sua cara, ele não está nada feliz com a minha presença.
Eu não sei com o quê ele trabalha, mas ao julgar pelo seu carro, sua roupa, e sua postura, eu posso dizer que ele tem bastante dinheiro.

A casa dele era afastada do centro, rodeada por uma floresta de eucaliptos. Era bastante bonita. Estávamos um pouco longe da mesma, porém, pude adivinhar que era aquela por não haver mais nenhuma curva na estrada. Estávamos em um condomínio fechado e bem chique por sinal. Só haviam casarões aqui. Golden Valle é o nome do mesmo, e sei disso pois meus pais estavam procurando uma casa para morar aqui.

- Boa noite senhor Bieber. - O porteiro diz antes de liberar a nossa passagem. Com a mão no volante e olhando para frente, Justin dá um leve aceno com a cabeça antes de acelerar para dentro do condomínio.

As casas pareciam competir para ver qual delas era maior e mais chique, todas uma do lado da outra. Me questionei qual delas seria a dele, porém nós entramos por uma rua onde não haviam muitas casas. Apenas uma, mais afastada da multidão.

Chegamos na mansão. Aquilo parecia mais um castelo; e dava três da minha casa. E olha que minha casa era bem grande. Pra que uma casa desse tamanho, se ele provavelmente deve morar sozinho?

Aquilo tudo pra mim é novo, então fico igual á uma criancinha quando encontra um pirulito gigante na loja de doces. Meus olhos brilhavam, disso eu tinha certeza. Havia uma fonte, no centro do jardim. A chuva já havia parado, o que facilitava a visão.
Assim que Justin para o carro na garagem, as imensas portas se abrem, e as pessoas que suponho que sejam os funcionários param em frente ás escadas, provavelmente esperando uma ordem.

Justin desce do carro, e eu o sigo, carregando minha pequena mochilinha rosa. A casa inteira era rústica, mas com traços modernos. Era linda.

-O senhor pretende sair hoje? - o homem que provavelmente seria o motorisa, pergunta quando Justin se aproxima e lhe entrega as chaves do carro.

- Qualquer coisa eu te aviso. - ele responde simplesmente e ignora as outras que estão ali. Mas antes de entrar, ele diz algo para uma funcionária baixinha, - que eu não consigo ouvir devido á distância, e ela olha para mim e sorri, vindo em minha direção. Justin entra dentro de casa, e os outros fazem o mesmo.

-Olá querida. Seja bem-vinda. - sorrio de volta para ela, mas não digo nada. - Me chamo Rose, e irei cuidar da senhorita.

A única que me chamava assim, era Mel, a minha antiga governanta. Ela era sem dúvidas, minha melhor amiga. Onde será que ela está? Ela já sabe o que aconteceu? E os funcionários lá de casa, serão demitidos?

- Vamos entrar? Está bastante frio. - assinto.

Ao entrar, me deparo com um imenso espaço, decorado apenas por um grande tapete vinho com detalhes dourados. Haviam alguns quadros pendurados nas paredes, e três mesinhas; uma em cada parede com um vaso de flor em cima. No centro, havia uma imensa escada que levava ao andar de cima. No meu lado direito havia uma imensa porta, que estava aberta dando-me visão da cozinha e outra que estava fechada. Do lado esquerdo haviam duas portas, que estavam fechadas.

- Vamos, seu quarto é aqui.

Por um breve momento, eu achei que meu quarto ficaria no segundo andar, mas ao vê-la ir em direção á portinha do lado da cozinha que estava fechada, meu sorriso imaginário se desfez lentamente. Eu estava acostumada á dormir no segundo andar, na minha antiga casa, então fiquei meio incomodada. Mas claro que não disse nada.
Ouvi alguns passos se aproximando da escada, então corri até a porta e a fechei assim que entrei. Rose me olhou assustada.

- O que aconteceu?

- Ouvi passos. - sorrio envergonhada.

- Ah! - ela sorri. - Devem ser os meninos.

Meninos?

Como se lêsse minha mente, ela me responde: - Mr.Justin mora aqui com mais quatro amigos. Chaz, Christian, Ryan e Sofia.

Assinto, e não respondo nada.

Observo o quarto. O papel de parede era um branco desbotado, com algumas flores lilás desenhadas. A cama também era branca, assim como os criados mudos. A colcha era lilás assim como as flores desenhadas no papel de parede. Havia uma janela com cortinas também lilás que davam vista para um lago que havia aqui perto. No lado esquerdo havia um guarda roupa, e do lado direito uma porta que dava para o banheiro.

Aproximei-me e sentei na cama, escondendo o desconforto do colchão duro.

- Vocês dormem aonde? -pergunto.

- Bom, dormíamos eu e mais quatro neste quarto. Mas então Mr.Ryan construiu uma casa para nós nos fundos. Não é grande. Um andar apenas com dois quartos, um banheiro e uma cozinha. Mas é aconchegante.

- Esse terreno todo é de vocês? - pergunto impressionada.

- O condomínio é do pai do Mr. Chaz e do Mr. Justin. Eles construíram a casa afastada da multidão por gostarem da privacidade e por esse local ser o melhor do condomínio.

Isso explica porque a casa é tão grande e diferente de todas as outras.

- Este será seu quarto temporário. Estão terminando de, hm... - ela parece incomodada. - de arrumar o outro. - diz apenas. - O jantar será servido daqui uma hora. Por que não toma um banho, huh? Temos algumas roupas ali. - aponta para o guarda- roupas.

Assinto e ela sai do quarto, deixando-me á sós. Apenas eu, e o meu reflexo no espelho. Agora é oficial, estou sozinha. Respiro fundo, e encaro o imenso espelho preso na parede ao lado da porta.

- Bem-vinda ao lar. - digo para mim mesma, e pela primeira vez desde o acontecido, eu me permito chorar. Chorar como nunca chorei antes.

[...]

O velório dos meus pais estava cheio por fora, claro. Ambos eram empresários bastante famosos, isso explica todo o movimento. Haviam algumas pessoas da imprensa fazendo a cobertura, e se eu pudesse explodir todas essas câmeras, é exatamente o que eu faria. Eu fiz questão de manter todas as pessoas que não eram da família a quilômetros de distância dos caixões. Com duas rosas uma em cada mão, eu espero o coveiro jogar a terra em cima dos caixões para colocar as rosas em cima deles. Mel está comigo, fiz questão que ela aparecesse. Está tão abalada quanto eu.

O motorista que havia me trago ficou ao meu lado todo o tempo, apenas me esperando para ir embora. Assim que coloquei as rosas, encarei o senhor de cabelos grisalhos que me ofereceu um sorriso sincero. Acenei com a cabeça e seguimos caminho para o carro. Me despedi de Mel com um sorriso fraco e ela disse que me ligaria á qualquer momento. A companhia de governantas para qual ela trabalhava, a mandaria para a Indonésia. Achei isso tão injusto! Ela poderia simplesmente continuar sendo a minha governanta.

Eu estava destruída. Por dentro e por fora. Eu sabia que eles não voltariam, independente do que eu fizesse.

[...]

Ah Agosto!
Passou tão rápido.
Espero que vocês gostem dessa nova "era" digamos assim.

Amo vocês e nos vemos em breve ❤️

FIX MEOnde histórias criam vida. Descubra agora