XV

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Ariana Grande

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Ariana Grande

Na quarta, os rapazes saíram dizendo que tinham muito trabalho a fazer. Sofia disse que estava cansada de não fazer nada e decidiu acompanhá-los. Eu pensei que Justin iria com eles, mas ao contrário, ele ficou em casa. Depois de eu ter "acidentalmente" escutado a conversa deles sobre a tal Selena, nós não conversamos muito, e agora que estamos a sós eu imagino que isso irá mudar.

Ele não é um monstro porque quer, e eu não posso fingir que não sei o que está acontecendo pois eu sei.

Subi as escadas ensaiando mentalmente o que eu iria dizer, e quando cheguei até a porta do escritório, ele não estava lá. Franzi o cenho. Oras, ele vive dentro dessa sala, praticamente. Olho pela janela do corredor, que da visão para o jardim, e vejo-o fazendo flexões. Automaticamente mordo o lábio inferior. Ele está usando uma regata preta deixando seus músculos e tatuagens a mostra. A calça de moletom vinho cobre suas pernas e ele está descalço. Que homem.

Balanço minha cabeça negativamente repreendendo me por olhar pra ele mais do que deveria. Desço as escadas indo até o jardim. Justin está levantando dois pesos e está virado de costas, estou sem meus saltos hoje o que significa que não tem barulho. Ou seja, ele não está me vendo e nem consegue me ouvir. As gotas de suor descem do seu pescoço, e tudo o que meu lado safado quer é agarra-lo ali mesmo. Mas também, quem não iria querer?

Ele está de frente para a piscina, de pé em cima da borda enquanto segue a música que está tocando nos fones. Me aproximo mantendo uma distância segura dele, observando cada movimento. Eu não sei o que está acontecendo comigo.

Quando me dou conta, já estou cutucando-o. Mas o que eu penso que estou fazendo?!

Justin para e se vira deixando claro que ele está surpreso por me ver ali. Ele tira um dos fones, e sorri de lado.

- Não te vi aí. - ele continua movimentando seu braço pra cima e para baixo segurando os pesos. Direita, esquerda, direita, esquerda... - O que quer?

- Não vai trabalhar hoje? - pergunto apenas para manter minha baba dentro da boca.

- Não. Hoje não. - ele responde. Mordo meu lábio inferior.

- Sabe o que eu acho? - ele murmura um "hm" e eu continuo. - Que você é muito sozinho.

- Como assim?

- Sozinho. Você passa noventa por cento do dia trancado naquele escritório. Nunca te vi sair com os meninos. Sempre na sua. Você precisa de amigos. Amigos novos.

- Então, você é observadora? - ele para o que está fazendo, e foca seu olhar em mim.

- Sim. As vezes mais do que deveria.- minha frase sai com duplo sentido, e o sorriso malicioso que ele solta me faz acreditar que ele entendeu. Oh merda.

- Bom, sra. observadora... - ele larga os pesos no chão, e se aproxima de mim. Os batimentos do meu coração aumentam e eu engulo seco, vendo-o tão perto de mim. - O que você sugere?

- Sugiro que faça novos amigos. Sorte que eu estou aqui para te ajudar. - tento não me deixar intimidar pelo seu olhar.

- E como você vai me ajudar?

Justin está tão perto, que consigo sentir sua respiração. Ele não faz nada, o que me deixa entender que ele está apenas me provocando. Idiota.

- Assim. - empurro-o para trás e ele cambaleia para trás até cair dentro da piscina. Era isso, ou eu perderia totalmente a noção das coisas. Eu não posso simplesmente beija-lo. Por Deus, não! - Seu celular está bem?

Ele tira o aparelho do bolso, e tenta tirar a água dele. Oh merda, estraguei o celular dele. A culpa me invade e eu me aproximo da borda esticando minha mão.

- Me entrega ele aqui. - Justin estica a mão para me entregar o celular, mas não o faz. Ao invés disso ele me puxa para dentro da piscina.- Ei!!

Resmungo tirando a água dos olhos. Quando os abro, Justin está me encarando com o semblante divertido. Ele está sorrindo. Automaticamente sorrio também.

- Eu ofereço ajuda, e olha só como retribuem. - resmungo.

- O celular é a prova d'Água. - reviro os olhos.

Me aproximo e jogo água nele. - Babaca.

- Não sei por que está me ofendendo. Você que começou.

- Eu estava te ajudando. É diferente.

- Sim, sim.

- Essa calça demora setenta anos pra secar. - reclamo. - Valeu mesmo.

Ele revira os olhos se aproximando de mim. Sou iludida o suficiente para pensar que ele vai fazer alguma coisa comigo. Eu deveria parar de pensar essas coisas. Tudo o que ele faz, é subir as escadas da piscina e estender a mão pra mim.

- Vem. - é tudo o que ele diz.

Subo as escadas com cautela até estar fora da piscina. Justin continua segurando a minha mão, e não se move.

- Seu rímel está borrado. Você está igual a um panda. - faço careta. A distância entre nós dois é mínima e eu juro que se ele não se afastar, eu não responderei por mim.

Nossos olhares se encontram e nós ficamos assim por alguns minutos. Que tortura.

- Então... eu preciso de novos amigos?- sua pergunta sai como um sussurro.

- Sim. E eu vou ser a primeira. - dou dois tapinhas em seu peito voltando ao meu juízo normal.

- Quer ser minha amiga? - ele arqueia a sobrancelha.

- Nós seremos amigos. E eu vou tirar você dessa solidão.

- Você não podia ter chegado em melhor hora. - ele murmura, mas eu não pergunto o motivo. Embora eu suspeite que tenha algo haver com a mulher misteriosa. Eu quero tanto saber o que aconteceu. - Vem, temos que trocar de roupa. - Assinto.

Ainda com as mãos dadas, nós entramos dentro de casa e cada um seguiu o seu rumo. Ele foi para o seu quarto se trocar, e eu fui para o meu.

[...]

FIX MEOnde histórias criam vida. Descubra agora