Justin
Bufo sentando-me na cadeira assim que Ariana sai do cômodo batendo a porta. Eu deveria estar zangado com ela por tal comportamento, e por se meter em encrenca mas estou cansado demais para me preocupar com isso.Ryan entra no escritório minutos depois, com um sorriso atrevido. Reviro os olhos. Já sei o que ele vai falar, e não estou nem um pouco a fim de ouvir.
- Ela é igualzinha á.... - O corto.
- Não diz. - coço os olhos. - Essa garota só me trouxe problemas. - digo coçando o olho, ao me lembrar da papelada que recebi sobre a empresa que os pais gerenciavam. Meu advogado disse que eu poderia entrar na justiça para coordená-la até que Ariana se tornasse maior de idade, e isso está gerando mais problema do que deveria.
- "Por que não fez o chá pra ela" -meu amigo faz aspas com os dedos. - Cara, ela poderia ter arrancado suas tatuagens uma por uma com aquelas unhas. Ela não demonstrou, mas estava morrendo de raiva.
- Estava ouvindo pela porta? - Arqueio a sobrancelha.
- Claro que eu estava! - diz como se fosse óbvio. - Sabemos que você não se dá muito bem com raiva e pessoas por perto. Não pegue tão pesado com a garota. Os pais dela estão mortos.
Reviro os olhos e o vejo-o pegando dois copos, e a garrafa de whisky.
- Logo a Sofia vai aparecer aqui, brigando com você. - ele começa. - E, como sou um ótimo amigo, vou te poupar de problemas.
- Me embebedando? - rio.
- Mas é claro.
Começamos a beber em silêncio, até que Ryan começa a contar todas as vezes que ele se deu mal com garotas, e eu apenas o ouço enquanto coloco mais bebida no meu copo. Não demorou muito até que Sofia aparecesse, vermelha de raiva.
- Sabe o tanto que minha bunda está doendo?! Já não basta o fracasso que foi a porra do meu encontro. - Bate as duas mãos na mesa. É nessas horas que eu agradeço por ter um amigo como o Ryan. - Diz que vai punir ela.
- Punir? Pelo o que? - Ela solta uma risada sem humor.
- Pra me fazer me sentir melhor! Qual é, ela tinha que ser atrevida daquele jeito? Parece a...
- Mas ela está certa. - Interrompo Sofia da mesma forma que interrompi Ryan, dando mais alguns goles em seguida. Vai todo mundo dizer a mesma coisa?
- Sabe que eu não consigo fazer o chá da mesma forma que Marta faz. - Rio ao ver Ryan fazendo uma careta para Sofia. - Vai se foder Ryan. - ela diz sem precisar ao menos encará-lo.
- Eu não fiz nada! - Ele ergue os braços.
- Justin, para de beber essa merda. - Sofia tenta tomar o copo da minha mão, mas não obteve sucesso.
- Sofia, você está muito exaltada. O que acha de acalmarmos você? - Pego um copo e coloco whisky para ela.
- A ideia de embebedá-lo foi sua, Ryan? - Ele não responde. - Jumento.
Sofia toma o copo da minha mão e eu consigo puxar seu braço a trazendo para mim. Sei que ela odeia me ver bêbado, e eu me divirto muito com isso.
- Não, Justin! Me solta.
Estranho.
- Você, resistindo uma foda?
- Quanta pouca vergonha. - Ryan revira os olhos e sai do escritório.
- Você está bêbado, e eu odeio te ver assim. Você fica nojento. Vai tomar um banho. - Sofia consegue se soltar de mim, e levar a garrafa de whisky junto, me deixando sem nada para beber.
- Estraga prazeres! - grito para a porta fechada encarando a pilha de papeladas em cima da minha mesa.
[...]
Acordo no dia seguinte com uma dor nas costas do inferno. O lado esquerdo do meu rosto doía á cada respirada que eu dava. Olho em volta me xingando mentalmente por ter dormido na porcaria do meu escritório.
Eu ando muito cansado ultimamente. O estresse do trabalho está me matando. Bieber's Company é a maior empresa voltada para roupas do país. Tudo surgiu com o sonho da minha mãe de mostrar suas criações para o mundo. Meu pai fundou a empresa e com o seu "status" não demorou muito para que ela fizesse sucesso. Mamãe estava realizada. Esse era o sonho dela e durante dezessete anos da minha vida eu pude vê-la sorrir e se orgulhar do que fazia. Dona Pattie era a melhor do mundo. Em todos os sentidos.
Quando minha mãe morreu, deixou todo o controle da empresa pra mim, o que deixou meu pai totalmente furioso pois quem a ajudou no início fora ele. Porém, mamãe fez questão de apagar tudo isso da memória dela quando descobriu que meu pai estava tendo um caso com a secretaria dela.
Jeremy virou o inferno atrás de mim, querendo me fazer mudar de ideia e passar a posse para ele, porém, honrar todo o esforço que minha mãe teve para transformar a empresa no que ela é hoje, falou mais alto. Meu pai não a ajudou em mais nada depois que mamãe ganhou reconhecimento. Ela teve que lidar com um monte de cara querendo tomar a empresa dela, teve que lidar com uma quase, bem quase, falência, e mesmo com uma enxurrada de problemas ela conseguiu dividir o trabalho com a família, pra cuidar de mim, enquanto meu pai fodia qualquer uma, ou a mesma todas as noites.
Hoje somos uma multinacional, temos filiais em no mínimo quinze países. É um trabalho absurdo coordenar tudo isso e por isso, conto com a ajuda do Ryan, Chaz, Chris e da Sofia. Eles são a minha família agora, e eu devo tudo á esses quatro. Eles já salvaram a minha pele diversas vezes. Eu não estaria nem na metade de onde eu estou, se não fosse por eles.
Hailey, minha secretária, estava prestes a dar um chilique quando chego no meu andar. Ela me olha furiosamente e eu já sei porque: estou atrasado pra reunião.
Hailey odeia ter que enrolar os negociadores e fornecedores enquanto eu não chego. Por motivos óbvios de darem em cima dela. É por isso que existem cinco seguranças nas salas de reuniões. A prioridade é a Hailey e eles sabem disso, e quando se trata da segurança dela, já deixei claro que todas as medidas necessárias estão permitidas. Todas mesmo.
- Entra lá, eles estão quase me batendo. - ela diz encarando a imensa porta dupla que estava fechada.
- Fizeram algo? - ela nega já sabendo sobre o que eu estou falando.
- Não se preocupe. Não tivemos nada hoje. - Diz aliviada. - Agora vá.
A loira ajeita o meu terno e me dá um empurrão fraco em direção à porta.
E lá vamos nós.
[...]
Amanhã é meu aniversário
Feliz aniversário pra mim ❤️
Amo vocês, nos vemos em breve ❤️
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FIX ME
FanfictionPerder meus pais tão cedo nunca esteve nos meus planos. Ir morar com um desconhecido também não estava. Eu sempre achei que meus pais não haviam segredos; mas com o passar do tempo eu percebi que estava enganada. Tudo o que eu vivi foi construído a...