Perder meus pais tão cedo nunca esteve nos meus planos. Ir morar com um desconhecido também não estava. Eu sempre achei que meus pais não haviam segredos; mas com o passar do tempo eu percebi que estava enganada. Tudo o que eu vivi foi construído a...
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Ariana Justin chegou tarde naquela noite. Eu estava terminando de jantar quando ele apareceu. Ryan, Chaz e Chris estavam me fazendo companhia enquanto eu comia. Claro que falhei quando decidi vir comer rápido para que ninguém aparecesse e me visse. Seu cabelo continuava intacto e eu me peguei perguntando quantos quilos de gel ele deve passar para mantê-lo assim. Assim que chegou e passou pela cozinha, não conteve o espanto ao vê-los contando histórias em volta da mesa. Mas foi só os meninos perceberem sua presença, que mudaram de humor.
- Eu preciso de vocês. No meu escritório - disse à eles, me ignorando completamente. Ryan, Chaz e Chris assentiram e se levantaram quase que ao mesmo tempo. Passaram por mim e me desejaram boa noite; em seguida foram em direção às escadas e eu não consegui vê-los mais.
Ajudei as mulheres a tirarem a mesa, e em seguida lavei as vasilhas. Eu não costumo fazer isso, mas ajudar não mata ninguém. Claro que elas se surpreenderam com a minha atitude, mas não questionaram. Todas as três já haviam terminado suas tarefa, porém, Marta, a funcionária mais velha ainda estava enrolada com a limpeza da cozinha. Sua expressão de cansada era nítida, então eu disse a ela que fosse descansar enquanto eu terminava ali. Ela sorriu agradecida e se retirou.
- Menina Ariana, o que faz aqui? Onde está Marta? - Rose chega ajeitando seu cabelo no coque.
- Ah, ela estava cansada então eu me ofereci para terminar. - dou de ombros e vejo-a sorrindo.
- Que bela atitude! Precisa de ajuda, ou acha que consegue terminar?
- Consigo. - ela me deseja boa noite antes de se retirar.
Continuo passando o pano no chão até ouvir passos, e em seguida, a voz de Sofia.
- Você?
- Deseja algo? - tento ao máximo não parecer intimidada em sua presença.
- Estava procurando a Marta.
- Já foi dormir - vou até a área de serviço e guardo o rodo assim que termino de limpar.
-Como assim, dormir? Eu preciso que ela faça o meu chá.
- Marta já é uma senhora de idade, ela estava cansada precisava descansar. -digo com a voz baixa e calma. Não a conheço, e não estou afim de saber o que ela pode fazer quando está de cabeça quente.
Ela ri sem humor.
- Faça você o meu chá então.
- Por que a você não faz? - pergunto sem querer soar indelicada, mas falhei miseravelmente.
- Elas estão sendo pagas justamente para isso. Não tente bancar a espertinha para cima de mim, Ariana. - ela me alerta. Eu deveria tê-la ouvido, mas eu não consegui me calar.