LXII - Fim.

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Capítulo final
parte dois

Ariana Grande

E de repente tudo ficou tão cinza.
Nada mais faz sentido; porque as únicas coisas que realmente faziam sentido pra mim, se desmoronaram. Como um castelo de areia.

Eu não sei o que pensar e, sinceramente, não quero pensar em nada. Quero andar por aí sem rumo, e colocar as idéias no lugar. E é exatamente o que eu fiz.

Pedi que minha amiga não me seguisse, e saí da delegacia pisando nas poças de água. Caíam poucos pingos de chuva do céu, não haviam estrelas, e eu não enxergava a lua. Minha mãe me disse uma vez, que o céu reflete o que estamos sentindo.

Parando para analisar, até que faz sentido. Se eu estivesse feliz, o céu estaria lindo, mesmo sem a lua e sem as estrelas. Mas agora, que eu não sei ao certo o que sentir, agora que só tem um grande vazio dentro de mim, o céu também está vazio. É algo tão estranho.

Espero o carro passar, e atravesso a rua encarando um restaurante. Pessoas conversando despreocupadas. Uma mulher briga com a filha por fazer bagunça com a comida e a pequenina não está nem aí. A garotinha me encara e só então eu percebo que estou parada na frente da mesa da moça, do lado de fora, as encarando.

A mãe tenta ignorar minha presença, mas logo começa a me encarar. Sorrio sem graça, e digo o quão bonitinha a filha dela é, saindo logo em seguida.

Continuo andando por aí sem rumo, até chegar em uma parte da cidade na qual eu nunca havia ido. Havia um rio que separava esse bairro do outro, e uma ponte ligando os dois. Eu devo ter andado bastante, para ter chegado aqui. Não há ninguém na rua, o que é estranho, já que é sábado á noite. As ruas deveriam estar cheias, não?

Sem olhar antes, dou alguns passos para atravessar a rua e me sentar no banco que havia do outro lado. Vejo uma luz forte vindo em minha direção e depois disso eu não enxergo mais nada.

Quando eu acordei, tudo em minha volta estava preto. Só conseguia ouvir o barulho da água, e enxergar um pouco da mesma, pois o poste mais próximo estava um pouco longe de mim. A luz que vinha em minha direção não está mais aqui, e eu me questiono o que ela poderia ser. Uma moça se senta ao meu lado, mas não diz nada por algum tempo. Não a encaro de primeira, continuo encarando a água até ouvir sua voz.

Aquela voz.

- Lugar bonito, não?

- Mãe? - pisco várias vezes. - Eu só posso estar sonhando. - pisco os olhos e balanço a cabeça.

- Pare de se mexer, Ariana. Não acho que queira acordar. Quer? - ela passa a mão pelos meus cabelos, mas não consigo sentí-la. Isso confirma a minha teoria de que tudo é apenas um sonho.

- Não, eu não quero.

- Estou te achando tão murchinha... O que aconteceu?

- Eu imagino que você sabia. - rio sem humor.

- Não... - ela se concentra, provavelmente tentando descobrir porque estou assim. - Eu realmente não sei.

- O Justin, mãe. Foi isso que aconteceu. -altero o tom da minha voz, mas logo ela volta ao normal.

- Brigaram?

- Descobri que foi ele quem matou você. - Ela se espanta.

- Querida, não acho que tenha sido ele. - ela volta a alisar meu cabelo.

- Mas ele mandou, dá na mesma!

- Suponho que se você já sabe a verdade, ele provavelmente já te explicou o que aconteceu, certo? - assinto.

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