" Georges, meu amigo libanês "

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 Ele folheou o meu curriculum, abriu, estudou e disse: - Eu não tenho dinheiro pra bancar você, sua capacidade profissional está muito acima das minhas posses... - (Eu, por outro lado, estava desesperado para trabalhar, era um casa típico de juntar a fome com a vontade de comer).  Qualquer cara normal se despediria e iria embora. Mas eu não era um cara normal, nunca fui, Graças a Deus... ( Georges era proprietário de um jornal de bairro, na área mais promissora de São Paulo, - o Brás).  Aquilo ali bem trabalhado viraria uma mina de ouro... - Ele falava, e minha mente viajava, eu senti que poderia fazer um grande trabalho ali, e ganhar um bom dinheiro.  As palavras escaparam da minha boca sem eu sentir, eu disse: - Eu proponho a você um contrato de risco, vamos fazer uma experiência de três meses, se nesse período eu não conseguir fazer isso prosperar, não precisa me pagar nada. - Mas se der certo, eu quero vinte e cinco por cento de tudo que entrar...- Georges tentou negociar... Eu disse, não aceito contra propostas ! - Tem mais, eu vou formar o meu time, vou treiná-los, e eles só se reportarão a minha pessoa. - Velho, eu selecionei trinta contatos publicitários, dei treinamento de oito horas, diariamente, depois eu passei o "pente fino" e fiquei com dez. - Com o passar do tempo, eu descobri por que aquela merda não vingava. - Georges era um péssimo administrador, gastava muito & gostava de Lolitas. - Ele havia me pedido que eu deixasse três moças que trabalhavam com ele, (elas na realidade, produziam muito pouco), mas eram muito gostosas, acho que ele comia aquelas garotas. - Eu virei diretor comercial daquela josta. - Os contatos vendiam os pequenos anúncios, e eu corria atrás dos grandes anunciantes, governo, etc. - O negócio começou a prosperar. Nós pagávamos os contatos todas as sexta feiras. - Eu entregava os cheques na quinta, para que fossem contabilizados. - Nas primeiras semanas, meu pessoal recebeu direitinho, depois o meu amigo começou a falhar, dizia que não tinha o dinheiro...- Eu, nesse tempo, saía de Campinas na segunda, e voltava às sextas. - Eu disse pra ele, Georges, se você não pagar o meu pessoal, eu estou fora. Estou indo embora...Ele me passou a conta da empresa, para eu administrar...Começamos a ganhar dinheiro. - Eu separava o meu, e o do meu time, o resto eu não estava nem aí. - Georges gastava tudo com mulheres & putaria...- Eu levava uns baseados, pra fumar lá, tinha um lugarzinho nos fundos, era tranquilo ir relaxar naquele cantinho. - Eu sentia muita solidão, saudades de casa, mas eu havia feito o propósito de ganhar dinheiro... - Eu aluguei um quarto, lá em Perdizes, perto da Puc. - As vezes, eu saía a noite, e ia comer lazanha lá no centro, na boca do lixo. - Ficava vendo as putas, passeava, e voltava na madrugada. - Essa era a minha vidinha. - No horário comercial, eu era uma máquina de ganhar dinheiro. - Quando eu chegava em casa, às sextas, eu tomava banho e me atracava com minha mulher, era sexo do bom. - Trepava praticamente o final de semana inteiro. Na segunda, era aquela tristeza, ter que voltar pra Sampa, mas eu encarava. - Um dia, eu estava fumando o meu beise tranquilo, lá nos fundos, e chegou aquela morenaça, (a contato dele), ela pediu pra dar um peguinha, eu deixei. - Ela, nessa época, ela já estava me perseguindo, querendo trepar comigo. - Mas até ali, eu seguia aquele ditado, "onde se ganha o pão, não se come a carne". - A morena perguntou se eu queria dar um "tirinho", ela tinha uma farinha. - Eu dei o tiro, a farinha dela era péssima, parou aquela merda na garganta, mas eu deixei batido.  Aquela mina estava de vestido preto, de alças, pernas grossas & morenas.  Eu tinha tesão nela, mas não queria nada, não queria me comprometer, e nem ficar ouvindo comentários. - Maluco, agora começa a merda toda. - Eu estou no escritório, escrevendo um relatório, escrevendo com a canhota e a outra mão pousada na mesa. - - A filha da puta senta bem em cima da minha mão... Eu sinto o calor da xoxota dela, no dorso da mão, mantenho a mão lá...Ela fica me olhando, com cara de sem vergonha, como quem diz: - " E agora?" - Eu mexo a mão um pouquinho, posso sentir os grandes lábios, na minha mão...- Fico nervoso e de pau duro... Sinto um pouco de raiva, pois sei que vou fraquejar...Tiro a minha mão de lá, dou uma cheiradinha... Viro a biscate de bruços e enterro tudo, com raiva & tesão...  Como com raiva, a bisca goza feito louca...Tiro o pau molhado e enfio no anel de couro dela, com raiva, querendo machucar. - Ela geme, suspira, (acho que nenhum pinto havia ciscado naquele quintal). - Eu gozo muito, tiro o pau, limpo ele nuns lenços de papel... Olho pra ela com raiva e vou pro banheiro me lavar...- Volto pra Campinas chateado... Na segunda feira, está todo mundo me olhando, mas fazer o quê? A merda já estava feita. - Comentários mil. - Georges ri sem dizer nada... - Aguentei quase dois anos, nesse emprego. O dia que eu disse que iria embora, George me propôs sociedade, mas eu achei que já era hora de vazar... - Ele me deu uma nota boa, e eu vazei. - Foi isso - diretor comercial

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