" Quando a morte avisou que vinha "

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 Quando eu era criança, eu tinha um sonho muito estranho. Eu sonhava com um menino que descia do espaço, em alta velocidade, com um cordão prateado, preso no umbigo. - Quando ele estava prestes a chegar na Terra, o sonho acabava. - Depois eu nunca mais sonhei esse sonho. - Depois que a tia Aliz morreu nos meus braços, passado uns anos, minha mãe morreu. - Antes dela morrer, ela sofreu muito, teve que colocar sonda no nariz, pra se alimentar. Um sofrimento só. O médico vinha todos os dias aqui em casa, pra cuidar dela.  A Nê, minha falecida esposa, me disse um dia: - Você tem que liberar ela, você fica orando, pra Deus manter ela aqui, mas ela está sofrendo muito.  Naquela noite, eu coloquei os meus joelhos no chão e orei, disse pra Deus: - " Pai, o Senhor sabe o quanto eu amo a minha mãe. Mas se eu estiver sendo apenas egoísta, querendo que ela fique aqui comigo, eu Lhe peço, leve ela pro céu". - Naquela noite, mamãe passou muito mal, nós a levamos para o hospital, e ela faleceu horas depois.  Quando o nosso passarinho, o "Fabricio", (Fabricio havia morrido, já estava até com o corpinho duro, nós oramos, clamamos, choramos por ele e ele reviveu). Quando morreu pela segunda vez, a Nê disse: - Libera a alma dele, deixem ele partir...- No começo do ano passado, eu senti a morte aqui em casa. Mas quem iria morrer? Eu, a Nê, o Israel?. - Eu sentia a presença do anjo da morte aqui... - Mas eu tentei ignorá-lo. - Fingia que era loucura minha... - Ele nunca apareceu pra mim, mas eu sentia ele andando pela casa. - A Nê adoeceu de repente, e eu tive a certeza de que ela iria partir. - Eu fazia força, eu orava, (mas no íntimo eu já sabia). Não comentei isso com o Israel, pra quê deixar o menino preocupado, triste. Na noite de 11 para 12 de outubro, a Nê teve uma embolia pulmonar, (um edema). - Nós colocamos ela numa UTI móvel e corremos com ela pro hospital. - Ficamos lá, eu, Arlete e Israel. - Horas depois, a médica nos chamou e disse: - O caso dela é muito grave...Eu pedi pra vê-la. - A doutora me disse, converse com ela, ela vai estar ouvindo tudo. - Eu disse: Meu amor, fica com a gente, nós amamos muito você...Volta pra nós. - A doutora disse que tentou a reanimação dela por umas cinco vezes... - No sábado, eu acordei muito deprimido e disse pro meu filho: - Vai ver a mamãe. - Eu não vou hoje, (eu sabia, imaginava, que ela morreria naquele sábado). - Israel foi, pela manhã, e eu pedi ao Paulo que fosse a tarde. - Paulo é o meu amigo e o meu pastor. - É um cara que eu adotei como meu filho. A Nê também gostava muito dele. - Lá pelas 16 horas, eu me sentei no sofá da sala, de frente à porta, e fiquei orando por ela...  De repente, deu um clarão prateado na sala. Ali eu soube que ela havia falecido, e tinha vindo se despedir. ( O Paulo me contou, que quando ele chegou no hospital, viu aquela movimentação a volta dela, e ela morreu ali). - Durante os seis primeiros meses, eu continuava falando com ela, como se ela ainda estivesse comigo.  Uma noite, eu estava deitado e senti algo estranho, havia alguém sentado na cama, eu senti o colchão afundar. - Eu senti muito medo, e uma voz falou, (era a voz dela). - "Sou eu". Eu estava morrendo de medo, e disse: - Vai embora, vai embora, eu estou com medo. - E comecei a orar, numa língua estranha. - "Zayn, klie mahane, xuriandas"...E falava, falava coisas que não entendia.  Aquele corpo prateado caiu ao chão, em posição fetal e disse: - Você não gosta de mim??? - Eu continuei orando, e aquele corpo foi encolhendo e sumiu. - Depois disso, meu coração ficou bem mais tranquilo, e eu entendi que ela havia estado ali pra me dizer: - Libera a minha alma, o meu espírito, deixe eu ir embora. - Eu comentei com o meu irmão, ele disse, se fez bem à você... Já minha cunhada disse: - Você sabe que não era ela, não é? - Eu não sei. Mas foi isso que aconteceu. - Beijos Nê, até a Eternidade

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