" Pinheiros "

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 Meu avô, Christovam Pinheiro, foi um dos maiores comerciantes de café do sul de Minas Gerais - (Vide museu, em Poços de Caldas). - As tias me contaram, que vovô sofreu uma queda de cavalo, e dias depois morreu. - Eu sempre "encanei" que vovô foi vítima de um atentado, foi assassinado. - Você sabe muito bem, que ninguém fica rico impunemente, você sempre vai deixar uns inimigos pelo caminho. - Minha avó, Mariana Pinheiro, era uma fazendeira típica da época. Ela não sabia ler, ou escrever.  Mas dizem que era uma mulher muito inteligente e correta. - Quando meu avô morreu, (nas palavras da minha tia Aliz), começaram a aparecer pessoas lá no nosso sobrado, cobrando dívidas do meu avô. - (aí é que entra a desconfiança), como é que o meu avô poderia estar devendo, se ele era um homem rico? - Isso sempre me cheirou a "mutreta"...- Bem, o pior é que vovó "pagou" todos esses picaretas...Perdeu toda a fortuna da família, no intuito de honrar a memória dele. - Os putos quebraram a nossa família. - O meu tio Ari, já morava no Rio, era "crupiê" no Cassino da Urca. - Tio Ari era um cara bonitão, fazia muito sucesso com a mulherada. - A família começou a passar por necessidade, lá em Minas, e as irmãs mais velhas resolveram ir pro Rio, para trabalhar e ajudar a família. O tio recebeu as irmãs lá, e as ajudou no começo. Tia Luli, fez curso de secretariado, e arrumou emprego. - Tia Iracema foi trabalhar num ateliê de Alta costura. Elas prosperaram muito no Rio, tia Luli se casou com um dos maiores madeireiros de Joinville. Ficou muito rica. Tia Iracema virou estilista de moda, criava vestidos e chapéus. - Abriu seu próprio ateliê, atendia a alta sociedade do Rio, e também a família do presidente Getúlio Vargas. - Tia Marieta se casou com um milionário Argentino. - Ficaram em Perdões, vovó, mamãe Maria e tia Aliz. - Depois de uns tempos, a família toda se reuniu no Rio. Tinha os outros tios, Itagyba, Aristóbulo - Todos foram pro Rio. -O único que voltou a Perdões foi o tio Ari, que se casou com a tia Adriana, filha de uma tradicional família mineira. Tio Ari chegou a diretor do IBC em Varginha. - Essa é uma homenagem a minha família, que soube renascer das cinzas. 

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