Mudança de humor

19.6K 1.4K 207
                                    

Sou despertada por uma mão acariciando meu rosto e automaticamente sorrio, mas quando abro os olhos, fico desesperada.

— Calma, Anne. — Por um segundo, pensei que pudesse ser o Arthur, só que tive a maior decepção da minha vida. — Do nada ficou assustada. O que aconteceu?

— Eu vi que era você. — Respondo, áspera.

— Ignorarei esse comentário. Trouxe seu café. — Aponta para a bandeja no colo.

Estou morrendo de fome, porque não como nada desde ontem.

Enquanto pego a xícara, seus olhos ficam atentos a mim o tempo todo. Vestindo um terno e mantendo uma pessoa em cárcere e privado. Muito coerente.

— Quer tirar uma foto?! — Ironizo.

— Sim. — Concorda e reviro os olhos.

É só o que faltava. Ter que comer em sua frente... Se bem que...

— Todos devem estar preocupados comigo. Preciso mandar alguma notícia para a... — Tento "enganá-lo".

— O Arthur!? — Me interrompe. — Acha mesmo que te deixarei falar com ele?!

— Só queria...

— Não quer nada. — Dá fim ao assunto. — Agora coma.

Chega a dar medo, a forma que age quando falo do Arthur.

— Você fez alguma coisa com eles? — Decido não calar.

— Não. — Será? Não posso confiar na sua palavra. — E o Dominic? Como fez para entrar na minha casa?

— Seu segurança foi dar um passeio, Anne. — Zomba. — Não se preocupe. Ele precisava de um descanso.

Sinto uma angústia crescer dentro do meu peito.

— Você não fez isso... — Nego com a cabeça. — Diz que o Dominic está bem. — O silêncio reina no quarto. Não, não posso acreditar que... — Seu assassino. — Grito. — Você é um desgraçado. — Esbravejo.

— Chega! — Fala mais alto. — Não matei ninguém. Só precisei despistá-lo. — Seu tom de voz é firme, mas não sei se posso acreditar. — Esse assunto termina aqui. Coma, por favor. Não quero que fique doente. — Como posso engolir se meus pensamentos estão no Dominic? Ele não pode ter morrido. — Voltarei em dez minutos e não quero ver toda essa comida intocada, minha linda. — Se levanta e sai, trancando a porta.

Depois de chorar bastante, acabo comendo, porque já estava me sentindo fraca.

Escuto o barulho da fechadura e o tal aparece, logo em seguida.

— Que bom que atendeu meu pedido. Gosto quando é obediente. — Penso em responder, mas deixo para lá. — Creio que queira tomar um banho. Há peças novas no armário, que a deixará mais linda ainda. Fica à vontade. — Me deixa sozinha, novamente.

Até que não seria nada mal.

Tiro minhas roupas, entro no banheiro e resolvo trancar a porta por precaução. Vocês acreditam que há diversos cremes, perfumes e até o shampoo é o mesmo que uso?! Como ele sabe disso?

Não fico muito tempo embaixo do chuveiro, volto ao quarto enrolada na toalha e empurro a porta de correr do grande guarda-roupa espelhado. Espera aí... Só há roupas de dormir aqui, mas todas muito provocantes. Camisolas com decotes, transparências e baby dolls curtos, completam os cabides. Abro a gaveta só para constatar que as lingeries são do mesmo estilo. Não vou vestir isso.

Me viro para pegar minhas peças que ficaram na cama, mas não as encontro. Não acredito que as levou. Que raiva. O que eu faço agora? Não posso ficar nua.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora