* Arthur On
Essas semanas foram bem complicadas para mim e Anne.
Ela está muito preocupada com a aproximação do Edgar, pai biológico do Pedro e mesmo que eu tente parecer tranquilo para lhe confortar, não posso negar que esse assunto também está me incomodando muito.
Cheguei à empresa depois de uma longa reunião e fui para o meu escritório, mas Amélia me para no meio do caminho.
- Boa tarde, senhor. O Doutor Vilela está o aguardando. - Avisa.
Ah não, que não seja o que estou pensando.
- Obrigado.
Cada passo que dou até minha sala, fico mais tenso ainda. Abro a porta e o vejo sentando na cadeira à frente da minha mesa.
- Arthur. - Se levanta para me cumprimentar. - Como vai? - Trocamos um aperto de mão.
- Volte a se sentar, por favor. - Caminho até minha cadeira e me acomodo. - Só posso te responder essa pergunta depois que me contar o motivo da vinda. - Digo.
- Sinto muito, mas o assunto não é o dos melhores. Vim por causa do Senhor Edgar.
Imaginei que fosse exatamente isso.
- Alguma novidade sobre o caso? - Questiono.
- Sim. Ele entrou com um pedido para recuperar a guarda do Pedro.
Mesmo que eu já esperasse ouvir isso, a notícia me atinge fortemente.
- E… você acha que há alguma chance dele conseguir, considerando que o que fez foi bem grave e ainda está cumprindo sua pena?
- Vou ser bem sincero. A prioridade da criança é sempre ficar com a família, mas em casos como esse, o juiz tem muito cuidado com as exigências. Como sabe, esse homem só precisa cumprir o equivalente a dois meses de sua sentença e como nossa justiça é bem demorada, pode ser que quando chegar o dia da audiência, ele já esteja limpo e deduzo que irá se fazer apto para cuidar do menino.
- Como um emprego, casa própria, esse tipo de coisa. - Acrescento à sua frase. - Mas o juiz não pode levar somente isso em conta. Ele fez muito mal para o Pedro, que carrega um trauma do pai. Não podem querer que uma criança volte a um convívio que o deixa amedrontado.
- Sim. O juiz deve seguir um quadro de condições que já são impostas pela lei, porém há fatores que dependem de cada magistrado.
- E o que podemos fazer para mantê-lo conosco? - Pergunto.
- É fato que você e a Anne tem todos requisitos para continuarem com a guarda, mas é melhor não contarmos somente com isso. Aquele dia me disse que sua esposa teve uma péssima impressão desse homem, então talvez ele não esteja realmente querendo consertar os erros, mas apenas o menino de volta. Precisamos ter certeza de suas intenções para montar nossa defesa.
- Parece ótimo para mim. Não vou deixar que tirem o nosso filho de nós para fazê-lo sofrer. - Digo determinado.
- Eu vou ver o que consigo descobrir, Arthur. - Se levanta e paga sua pasta. - Provavelmente vocês receberam um comunicado nos próximos dias. Não se preocupe, por que faremos de tudo para que continuem com a guarda.
- Obrigado pela ajuda. Confio muito no seu trabalho. Vamos nos falando. Eu te acompanho. - Também me levanto. - Até mais.
Ele acena para mim e vai embora.
Fecho a porta e encosto minha cabeça na madeira. Que droga. Como vou dizer isso para a Anne? E principalmente, como vamos tocar nesse assunto com o Pedrinho? Logo agora que estávamos feliz com seu tratamento. Ela se esforçou tanto para ajudá-lo. Foram horas dedicadas as suas sessões e corremos o risco de tudo ter sido em vão? Não posso ficar sentado e esperar isso acontecer.
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Meu Professor 2
RomanceEsse livro é a continuação de " MEU PROFESSOR" . É de essencial importância que leia o primeiro, ou ficará perdido nessa história. Anne foi sequestrada e como conseguirá sair dessa? O seu grande amor irá salvá-la? O amor entre os dois resistirá d...