Meu Professor 2

Positivo

Já estamos quase no final da semana e tenho me sentindo mal com mais frequência.

Em mais um dia no consultório, meu último paciente foi embora a poucos minutos.

Aproveito para responder meus e-mails pendentes e fazer algumas transferências bancárias, até que batem na porta.

- Entra. - Respondo, ainda atenta à tela do computador.

- Oi, minha concorrente mais linda. - Olho em direção, para ver um sorriso largo no rosto da Lisa. - Foi aqui que solicitaram minha presença?! - Brinca.

- Exatamente. - Rio. - Fica à vontade, senhorita.

Ela finalmente entra, fechando a porta atrás de si.

- Consegui um tempo em minha agenda, então aproveita. - Provoca. - Como você está? - Se aproxima e me cumprimenta com um beijo no rosto.

- Um pouco ansiosa, mas bem. - Respondo. - Senta. - Aponto para a cadeira. - E você?

- Curiosa. Você não adiantou o assunto por mensagem.

- Na verdade, pensei que não conseguiria sair da clínica. Não quero causar nenhum problema. - Digo.

- Imagina… Estou livre essa tarde. - Me tranquiliza. - O que está acontecendo?

- Então… - Mordo meu lábio. - Se lembra que comentei que estava passando um pouco mal?

- Claro. Até teve um mal estar aqui no consultório. - Comenta.

- Pois é, acontece que não foi uma única vez e… - Paro um pouco para pensar.

- E? - Me incentiva a continuar.

- Talvez eu esteja grávida.

Seus olhos se arregalam imediatamente e aos poucos surge outro sorriso.

- Grávida, Anne?!

- Bem… Eu ainda estou tomando o remédio, mas você me conhece. Com tanta coisa para fazer, é possível que eu tenha me perdido com os comprimidos e apesar da minha menstruação ser bem irregular, está demorando muito a chegar.

- Essa criança vai ser tão amada. Já imagino aquele pingo de gente andando por aquele apartamento enorme e deixando todos encant…

- Lisa. - A interrompo. - Calma. A gente nem tem a confirmação e você já está imaginando um futuro bem distante. - Rio.

- Tudo indica que sim, então não tente frear minha imaginação. Já falou com o Arthur sobre isso? - Pergunta.

- Não. Sei o quanto quer um filho nosso, mas não quis criar uma expectativa para depois uma decepção e tem apenas um dia que pensei na possibilidade de gravidez.

- É, faz sentindo. Por que não comprou um teste na farmácia. Eu posso buscar para você. - Pega sua bolsa ao lado, mas a faço parar com um aceno de mão.

- Obrigada, mas prefiro algo que me dê total certeza. Marquei um horário com minha médica e vou fazer o exame de sangue. Pode ir comigo?

- É claro, Anne. - Confirma.

Que bom que tenho alguém para me acompanhar. Até liguei para a Kate, mas ela está no hospital.

Olho as horas no celular e digo:

- Já podemos sair. É um pouquinho longe.

- Estou de carro, não vamos atrasar. - Se levanta e me espera na porta.

Desligo o computador, coloco minhas coisas na bolsa e me junto a si.

- Não sabia que seu pai confiava tanto em você, a ponto de deixar seu xodó em suas mãos. - Zombo.