Meu Professor 2

Final

Alguns anos depois...

— Mamãe... O vestido azul. - Sofia aponta para o guarda-roupa.

Estou tentando arrumá-la para irmos a um almoço na casa do meu pai, mas pelo visto chegaremos depois da sobremesa.

— Você não disse que queria o amarelo? - A questiono.

— Prefiro esse. A titia Jenny disse que fica muito bonito em mim.

Claro que foi minha cunhada que lhe deu de presente. Recebemos encomendas algumas vezes por mês. Quase não preciso comprar roupas para ela.

Pego o vestido e a ajudo se vestir.

Depois de pronta, a admiro.

O tempo passou tão rápido. Minha pequena já está com quatro anos e mais sapeca do que nunca, sem contar o quanto fala. Óbvio que algumas palavras saem erradas, mas nada que seja impossível de entender.

— Está parecendo uma princesa, meu amor. - Dou um beijo em sua bochecha rosada.

— Você também tá muito bonita, mamãe. O papai vai ficar com cara de bobão quando te ver.

Sorrio com sua observação.

— Então vamos descer antes que ele venha nos buscar no colo. Já demoramos muito. - Pego sua mão e saímos do quarto.

Enquanto descemos as escadas, vemos os três conversando. Maria também irá conosco. A verdade é que é uma grande reunião, pois meu pai convidou nossos amigos e familiares mais próximos.

O Pedro está mostrando algo no celular para os dois. Com certeza mais um de seus jogos preferidos. Ele também cresceu muito. Já está na pré-adolescência e se tornou um rapaz lindo. Às vezes sinto saudade do meu pequeno, mas sei que os filhos têm de criar suas próprias asas.

— Até que enfim vocês apareceram. - Senhor Monteiro nos olha impaciente.

Antes que levante seu braço para olhar as horas, o interrompo.

— Sabemos que estamos atrasadas, mas dessa vez a culpa é dessa menininha aqui. Se vai dar bronca, não sou seu alvo. - Brinco, já que sei que a Sofia é sua fraqueza.

— Tudo bem... - Desiste da reclamação. — As duas estão lindas. Podemos ir? - Pergunta, já se levantando.

— Claro.

Fomos em direção à porta, mas sinto falta de algo.

— Minha bolsa. - Paro no meio do caminho e o Arthur se vira para mim, logo depois revira os olhos.

— Era óbvio que a mamãe não poderia sair sem esquecer algo. - Pedro sorri.

— Não demoro. Podem ir descendo.

Saio antes que lancem mais uma provocação e subo para o quarto.

A vejo jogada em cima da cama. Eu realmente tenho cabeça de vento.

Tenho sorte que com meu trabalho, isso geralmente não acontece. Por falar nesse assunto, tenho que enviar um e-mail para o Rodrigo mais tarde. Em todos esses anos, nossa parceria tem dado muito certo. Já são mais de cem instituições que conseguimos ajudar. Claro que não estamos sozinhos, pois nossos colaboradores sempre estão dispostos a nos receber e participar. O Fernando também tem ajudado em diversas ações, mesmo ainda trabalhando no orfanato.

Nesse tempo, abri mais dois consultórios e tive que contratar outros psicólogos, obviamente. Entre eles, a Lisa.

Resumindo, estou em meu melhor momento profissional. Consegui estabelecer a parte financeira com ajuda do meu marido e agora mantenho as despesas com o próprio lucro de cada um.