Precisamos conversar

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Acordei cedo, por que não aguentava mais ficar deitada.

O outro lado da cama está desfeito, mas ele não está aqui. Me levanto e vou para o banheiro, fazer minhas higienes matinais.

Desço até a cozinha e sento no balcão.

- Bom dia, Maria. - A cumprimento.

- Anne, bom dia. Só falta passar o café e você já pode se servir. - Diz.

- Tudo bem. - Pego um fatia de pão e coloco no prato. - O Arthur saiu? - Pergunto.

- Sim, ele foi malhar.

- Ah. - Concordo.

Ela começa a derramar a água quente no coador e aquele cheirinho bom paira sobre o ar.

- Desculpa me intrometer, mas está tudo bem com vocês dois? - Pergunta sem jeito.

- A gente brigou ontem a noite.

- Sério?! Estava tudo tão bem antes da festa. - Diz.

- É, antes sim... você conhece uma tal de Emma?

- Emma?! - Pensa um pouco, mas parece receosa em responder.

- Pode falar, Maria. Eu já sei que ela e o Arthur tiveram um envolvimento.

- Só a vi pessoalmente uma única vez. Os dois eram bem próximos, mas não era aquela coisa. O que essa moça tem a ver com a briga?

- A Emma estava na festa e muito... muito interessada em rever o Arthur e ele também. - Digo.

- Ah... não precisa se preocupar, Anne. Isso ficou no passado. Ele te ama e não vai ser essa mulher que o fará mudar de ideia.

Eu não acho que chegaria à tanto, como uma traição, mas o comportamento dos dois me irritou muito.

- Pronto. - Me tira dos meus pensamentos, entregando uma xícara de café.

- Obrigada, senta comigo. - Peço.

(...)

Comemos juntas e até o momento que saí de casa, o Arthur não tinha chegado.

Vim conversar um pouco com a Lisa. 

- Que sem noção, Anne... aliás, os dois. - Ela diz.

- Pois é, não gosto de ficar brigada, mas sempre tento ser compreensiva e não faria nada se fosse apenas um reencontro de amigos. Ela fez questão de sugestionar as coisas e o Arthur nem se colocou no meu lugar, simplesmente disse que era desnecessária minha reação.

- Vocês dois precisam conversar de cabeça fria.

- Eu sei, mas ainda não o vi desde ontem.

- De qualquer forma, tenta esquecer um pouco essa chateação. Não gosto de te ver assim. - Segura minha mão. - Eu tenho na geladeira o que precisa para afogar as mágoas. - Brinca. - Espera aí que eu já volto.

- Está bem, obrigada. 

Ela sai sorridente e depois de poucos minutos, volta com um pote de sorvete, duas colheres e uma embalagem de calda de chocolate.

- Isso aqui não falha. - Se senta ao meu lado.

- Pior é que tem razão, viu?!

- Quer assistir algum filme? - Pergunta.

- Não, prefiro relembrar nossas histórias. - Sorrio.

- Hum... até aquela que fomos obrigadas a ajudar a limpar o restaurante depois que fechou?!

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora