Sim, ou não?!

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Ando o mais rápido que consigo para alcancá-lo, porém quando chego no quarto, ele já está embaixo do cobertor.

- Pedro. - Me sento ao seu lado na cama. - Olha para mim. - Peço, mas continua da mesma forma. - Conversa com a mamãe, filho. - Insisto.

Espero um momento, então descobre a cabeça e me olha. Meu coração se afunda em ver seu rosto tão triste.

- Eu não quero voltar para lá. - Diz. 

- Oh, meu amor. Não vou deixar que nada de mal, lhe aconteça.

Tento traquilizá-lo, mas tenho medo de não conseguir cumprir minha promessa.

- A gente te contou isso para que ficasse sabendo por nós. Nada está definido e você continua aqui do nosso lado. - Digo.

- Mas ele vai querer me buscar? - Pergunta.

Sempre mantivemos muito diálogo e é melhor falar a verdade.

- O Edgar gostaria de te ter por perto, mas não é ele que decide, meu amor. Se lembra quando a juíza disse que você poderia ficar conosco?! Então, somente uma pessoa como ela, pode falar o contrário. Se não é o que quer, faremos de tudo para que nada mude.

- Sim, quero ficar com você e o papai Arthur.

Não consigo me manter firme e meus olhos se inundam de lágrimas.

- Não se preocupe, meu filho. - Dou um beijo em sua testa. - Indepentedente de tudo, sempre iremos te amar e lhe proteger. Agora me dá uma abraço?

Ele se levanta e me enche de carinho.

- Eu te amo, peixinho. - Sorrio.

- Também te amo, mamãe.

Ficamos grudados por um tempo, até que braços fortes nos circundam.

- Também amo vocês três e nada de ruim acontecerá. - Arthur diz com confiança.

Pelo que depende de nós, não tenho dúvidas, mas quanto ao restante, fico receosa.

Depois de acalmá-lo, o colocamos para dormir e fomos para o nosso quarto.

Sento na cama e solto um longo suspiro.

Toda essa história tem mexido muito comigo. Me sinto exausta e parece que preciso de dezenas de horas para dormir.

- Estou preocupado com você, Anne. - Comenta, se pondo ao meu lado. - Sei que é por causa dessa situação, mas não posso deixar de me importar.

Não digo nada, apenas deito minha cabeça em seu ombro. Nos entendemos sem precisar trocar uma palavra sequer.

Só quero que essa angústia acabe logo.

(…)

Cheguei em casa no meio da tarde, me esparramei no sofá e coloquei minhas pernas em cima da mesa de centro. Não é um bom exemplo, mas as dores me obrigam a fazer isso.

- Maria. - Chamo.

Poxa, meus pés parecem duas bolinhas e meu rosto não fica atrás.

- Oi, Anne. - Ela aparece, sorrindo. - Pensei que chegaria mais tarde.

- Não tinha mais nenhuma consulta marcada, então nem voltei para o escritório.

- É bom que descanse. - Diz.

- Pois é. Acho que vou deitar um pouco. Será que você pode fazer um suco bem gelado para mim?

- É claro. Eu levo lá em cima para você.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora