Visita

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Chegamos ao hospital bem cedo para ter notícias da noite passada.

Segundo a recepcionista, nada de anormal aconteceu. Ele continua no mesmo estado.

Temos que aguardar o médico examiná-lo primeiro, para que possam liberar nossa entrada.

- É melhor sentarmos. Parece que vai demorar um pouco. - Arthur diz.

Fazemos o que sugere e nos acomodados nas cadeiras reservadas aos visitantes.

- Mesmo querendo ter recebido uma notícia de que o Vicente tenha tido uma melhora, saber que ele não piorou, me dá um certo conforto. - Cíntia comenta.

-  É verdade... Espero que esse médico nos libere para vê-lo. - Digo.

Arthur passa o braço pelo meu ombro e apoio minha cabeça em seu peito.

- Tem certeza que não precisa ir à empresa, meu amor? - Pergunto.

- Não vou deixar vocês sozinhas. - Diz.

- Ficaremos bem, não se preocupe. - Questiono, por que sei que ele está com muitas coisas para resolver, ainda mais depois de chegar de uma viagem à negócios.

- Prefiro estar aqui. O Roger consegue sozinho.

- Tudo bem. - Concordo.

Agradeço internamente por ficar ao meu lado. Sua presença sempre me dá segurança.

Após um tempo, o doutor Henrique vem até nós e libera a tão esperada visita.

Cíntia foi primeiro. Fiquei aguardando ansiosa. Não podemos demorar mais de dez minutos.

Ela volta com os olhos vermelhos de quem acabou de chorar.

- Aconteceu alguma coisa? - Pergunto preocupada.

- Não... é só que vê-lo assim me deixa destruída.

- Cuida dela, por favor. - Digo ao Arthur. - Vou entrar.

Deixo os dois e ando até o corredor. Diversas portas separam as alas de cada especialidade. Essa cheio característico de hospital, só transoforma esse lugar em um dos últimos em que eu gostaria de estar.

Chego a porta do número correspondente e abro devagar, pois há outros pacientes também sendo cuidados aqui.

Procuro pela sua cama e é como se recebesse uma facada no coração. Ele deitado na cama, cheio de tubos e a pele descorada, caracterizam seu estado.

Me aproximo e paro ao seu lado. Seguro sua mão e faço um carinho.

- Você precisa se recuperar. - Digo.

Será que ele pode me ouvir?

Observo seu rosto inexpressivo e sinto minha garganta se fechando.

- Por que o senhor não abre os olhos e me dá um sorriso?! Eu ficaria muito feliz com isso.

Nenhum sinal que me dê esperança.

Passo mais um tempo com ele, até que a enfermeira diz que meu tempo acabou.

Volto a recepção cabisbaixa.

- Tudo bem? - Arthur encontra comigo.

- Um pouco chateada. 

Seus dedos acariciam meu rosto.

- Vou entrar rapidinho e já volto. - Diz.

Concordo com a cabeça e me sento ao lado da Cíntia.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora