Estado grave

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- Arthur, vai mais rápido, por favor. - Peço, enquanto estamos no trânsito.

- Calma, meu amor. Nem tem como correr, olha esse engarrafamento.

Eu ainda não sei o estado dele, mas estou muito preocupada.

Depois de aproximadamente vinte minutos, deixamos o carro no estacionamento. Entramos no hospital e de longe já vejo a Cíntia na sala de espera e corro em sua direção.

- Como ele está? - Pergunto.

- Nada bem, Anne. Estou com muito medo. - Diz com lágrimas nos olhos.

Isso não ajuda muito o desespero que está surgindo dentro de mim.

Me aproximo mais e lhe abraço.

- O que aconteceu, Cíntia? - Arthur pergunta.

- Estávamos nos preparando para dormir e ele começou a sentir algumas dores no peito... Eu lhe dei remédio e pouco tempo depois, ele desmaiou... Liguei imediatamente para a ambulância. - Responde entre seu choro.

- Então o Vicente já tinha algum problema de saúde?

- Sim, no coração. - Diz. - Os paramédicos disseram que ele teve um infarto.

- Ai, meu Deus. - Coloco a mão no peito.

Ela se senta e o Arthur me traz para perto de si. Seus braços me rodeiam e recebo um beijo no topo da cabeça.

- Tudo vai ficar bem. O Vicente vai passar por isso. - Tenta nos reconfortar.

Espero que esteja certo. Não posso perdê-lo. Nos conhecemos a pouco tempo e temos muito o que aprender com o outro.

Aconchego onde me sinto mais segura... Nos braços do homem que amo.

Tento me manter firme, por que vejo o estado da Cíntia e imagino o quão difícil está sendo para ela.

(...)

Se passaram mais de uma hora e até agora não tivemos notícias concretas. Fomos algumas vezes na recepção, mas só o que diziam era que os médicos estão o avaliando. Isso me preocupa muito.

Arthur buscou um copo de água para cada uma de nós. O que foi bom, pois estava quase destruindo minhas mãos de tanto apertá-las.

- Vocês são familiares do paciente, Vicente Alencar? - Um homem alto, vestido com um jaleco branco, pergunta.

- Sim, sou a esposa e essa é a filha dele. - Cíntia nos apresenta.

- Prazer, sou o doutor Henrique Morais e estou à frente da equipe médica que está tratando o Senhor Alencar.

- Como ele está? - Pergunto apreensiva.

- Bem, ele deu um infarto e agora se encontra em coma. O estado é grave, mas iremos fazer o que for possível para a sua recuperação. Graças ao rápido atendimento, temos maiores chances.

- Salva o meu marido, doutor. - Cíntia pede.

- Não se preocupem. Nossos profissionais estão aqui para isso e o que estiver em nossas mãos será feito.

- Podemos vê-lo? - Faço mais uma pergunta.

- Ainda não. Creio que pela manhã posso liberar vistas rápidas. É melhor irem para casa e descansar. Com licença. - Ele volta pela mesma porta que saiu antes.

- Não acredito no que está acontecendo com o Vicente. - Ela diz.

- Tenho certeza que ele vai se recuperar. Aqui é um ótimo hospital... Por que não fica conosco até isso passar, Cíntia?! - Arthur a convida.

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