De volta - Part II

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 — Claro. Pode entrar, Jenny. — Respondo, receosa.

Ela passa pela porta e se aproxima da cama, um pouco tensa.

— Como está? — Senta ao meu lado.

Preocupada comigo? Oi?

— Feliz por estar de volta. — Digo.

— Todos estamos. — Me dá um pequeno sorriso. — Bem... — Respira fundo e passa a mão na nuca. — Eu queria... — Noto que está nervosa e sem jeito. — Enfim, ele te machucou?

Que estranho. Parece que mudou de assunto.

— O Jorge me agrediu com um tapa e alguns apertos, além de ter várias mudanças de humor. Uma hora era gentil e em outra, ficava irritado. Fiquei trancada em um quarto muito bonito e tinha tudo que precisava... Exceto roupas. — Conto.

— Você ficava nua? — Arregala os olhos.

Acabo rindo da sua cara de espanto.

— Não, não é isso. Eu só tinha camisolas muito... Sensuais. — Explico melhor. — O Jorge queria que eu me vestisse assim.

— Que babaca. Imagino o quão difícil deva ter sido. — Abaixa a cabeça. — É... Chega! — Volta a me encarar. — Na verdade, quero te falar outra coisa. Gostaria de pedir desculpa. — Sua declaração me deixa sem palavras. — É mais para perdão, eu acho. Agi muito mal, desde o início. Te julguei sem conhecer sua história. O Arthur é tudo na minha vida e só queria protegê-lo. — Realmente, não esperava isso dela. — Ele sempre foi largado com seus relacionamentos, se é que se pode chamar assim... Antes de ir morar fora, o via sair com mulheres, que além de se interessarem por sua beleza, queriam dinheiro. Não estou dizendo que meu irmão era santo, ou idiota para cair nessa armadilha, mas me incomodava muito. Quando soube que estavam namorando, confesso que quase caí para trás. Nunca pensei escutar isso dele e foi pior ao descobrir que se casariam. Fiquei com raiva por pensar que uma dessas mulheres tinha consigo enganá-lo e por ignorância e preconceito, suspeitei mais ainda quando descobri que você era... — Exita.

— Pobre. — Ajudo a completar sua frase.

— Na minha cabeça, tinha o enfeitiçado e se casaria por interesse. Aquele dia na festa, estava disposta a fazê-la passar vergonha na frente das pessoas. Queria que visse que não era o seu lugar ali, se sentisse humilhada e finalmente desistisse, mas não funcionou... Ainda bem.

— Confesso que, estou muito surpresa com suas palavras. O que te fez mudar de ideia? — Pergunto.

— O Arthur já tinha demonstrado o quanto te amava e nesses dias, pude confirmar mais uma vez o tamanho dos seus sentimentos. Nunca vi meu irmão assim. Ele passou várias noites acordado, contratou os melhores especialistas em segurança do país e estava desesperado. Um dia, acabei falando bobagem e graças a bronca que me deu, pude ver que não é a pessoa que imaginei. Soube do seu passado e sinto muito... — Se compadece. — Ele me mostrou o quão importante você é na sua vida e o quanto é especial para todos. — Começa a chorar, junto comigo. — Estou aqui de coração aberto e com a maior sinceridade do mundo... Te peço perdão, Anne. Por tudo o que fiz e falei. Tem todo o direito de não...

— Jenny... — Seguro sua mão, a interrompendo. — É claro que te perdoo. Temos uma coisa em comum, que é o amor pelo Arthur. Não estou aqui para roubá-lo de você. Jamais faria isso. Sei que está falando a verdade e se está aqui para se desculpar, é óbvio que aceitarei. Nunca é tarde para corrigir nossos erros e estou aqui para ajudá-la com o que precisar.

— Obrigada, Anne. — Sorri. — Posso te pedir um abraço?

— Não. — Digo e seu rosto fica sério. — Pode me dar um. — Abro os braços e a recebo, carinhosamente.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora