Velório e mensagem anônima

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Me espreguicei na cama, assim que comecei a sentir os fortes raios de sol atingindo minha pele descoberta. Pela janela, posso ver que o dia está bem bonito lá fora.

Olho ao redor, mas não vejo o Arthur, então noto o relógio em cima do criado-mudo.

— Meu Deus do céu. — Tomo o maior susto, ao ver os ponteiros marcarem meio dia.

Como dormi tanto assim? E o mais assustador... O que aconteceu para que me deixasse na cama?

Pego minha camisola aos pés da cama e a visto. Vou até o closet, escolho um short e uma blusa, e claro, peças íntimas. Olho a mochila que a Kate trouxe e tiro algumas coisas para guardar. Minha cartela de anticoncepcionais, aparece entre a bagunça. Que bom que ela pensou nisso. Tiro um comprimido e tomo.

Depois de um banho rápido, desço para a sala.

— Oi, Maria. Boa tarde. — A cumprimento com um sorriso.

— Anne, tudo bem? Boa tarde. — Descasca alguns legumes para o almoço.

— Tudo. — Sento no banquinho em frente ao balcão. — Você viu o Arthur?

— Saiu cedo e disse que não demorava. — Responde.

Onde será que ele foi?

— Maria, onde deixo essas... — Joana entra na cozinha, segurando algumas roupas. — Boa tarde, Senhora. — Me cumprimenta.

— Boa tarde. Que bom te ver de novo. — Sorrio. — Fico feliz que esteja trabalhando aqui.

— Nem me fale, Senhora. Eu que estou feliz por terem me dado essa oportunidade. — Acena com a cabeça.

— Não precisa me chamar assim. Se sinta à vontade comigo.

— Desculpa, é costume. — Sorri, envergonhada. — Bem, preciso continuar meu serviço. Onde guardo as roupas, Maria?

— São da Jenny. Pode deixar na cama, que ela arruma mais tarde. — Explica.

— Com licença. — Se retira, para ir ao segundo andar.

— Estão se dando bem? — Pergunto.

— Sim. É uma ótima pessoa e muito esforçada. Sei que tem seu dedo nessa história de contratá-la, mocinha. — Cerra os olhos.

— Vi que esse trabalho a ajudaria muito e dei minha opinião ao Arthur.

— Vai ajudá-la mesmo. — Concorda.

— Olá, boa tarde. — Vitor entra, vestindo somente short de dormir. — Anne, que bom te ver, novamente. —Se aproxima e me dá um abraço. — Ficamos preocupados. Imagino que não foi nada fácil o que passou. —Se senta ao meu lado.

— Não foi, mas agora quero deixar essa história para trás. — Solto um suspiro.

— Tem toda razão. Vamos esquecer isso. — Sorri, amigavelmente. — Como vai, Maria? — A cumprimenta.

— Tudo bem, querido. E a Jennifer? — Questiona.

— Foi ao dentista.

Engatamos uma conversa muito gostosa, onde nos contou algumas aventuras de suas viagens, coisas sobre a infância, enfim. Ele nunca me tratou mal, porém não ia contra a namorada, obviamente. De qualquer forma, sempre fui com sua cara e agora posso ver que é uma pessoa bem legal e divertida.

* Arthur On

Chego ao velório, mas fico observando de longe. Poucas pessoas estão aqui. A maioria, funcionários da sua empresa.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora