Envelope misterioso

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Se passaram dois dias e ainda não falei com o Arthur. Não foi culpa minha, mas sim por que ele teve que fazer uma viagem repentina à negócios.

Cheguei ao orfanato e fui direto para o quarto dos meninos.

- Oi. - Digo ao vê-lo arrumando suas coisas.

- Oi. - Me dá um sorriso.

- Está na hora do café. Vamos descer? - Pergunto.

Durante esse tempo, consegui trazê-lo para mais perto do pessoal em todas as refeições.

- Só falta meu caderno.

O pego em cima da cômoda e ajudo a colocar na mochila.

Descemos para a cozinha e ele se senta com os meninos menores.

- Bom dia, tudo bem? - Fernando me cumprimenta com um beijo no rosto.

- Bom dia. Tudo ótimo e com você? - Pergunto. 

- Sempre estou. - Sorri. - Café?

- Aceito. - Me junto ao seu lado e espero servir o líquido quente na minha xícara. - Cadê o Cristóvão?

- Foi encontrar a namorada. - Sofia brinca e começa a sorri, junto com os demais.

- Crianças. - Fernando as repreende. - Ele está aqui do lado ajudando a vizinha com o jardim.

- Ah sim.

O que não impede que tenha algo a mais por trás disso. Sendo feliz é o que importa.

- E você, Fernando? Não tem uma namorada? - Ela pergunta.

- Não, curiosa. Ainda não achei alguém que estivesse desesperada ao ponto de me querer ao seu lado. - Brinca.

- Até parece. - Digo.

- Vocês dois  formam um casal muito legal. - Valentina faz um coração com as mãos.

Acho que meu rosto ficou vermelho, imediatamente.

- Eu já sou casada, meu bem. - Esclareço.

- A cara de decepção do Fernando é a melhor.  - Henrique, um dos garotos mais velhos, comenta.

- Parem com isso. - Ele diz.

- Crianças. - Beth entra na cozinha. - Se apressem, por que está quase na hora.

Ainda bem que isso fez o assunto se encerrar.

Tomamos o café e depois que saíram para a escola, fomos para a nossa sala.

- Mais duas sessões e creio que a Sofia não precisará mais do tratamento, a não ser que ela queira continuar. - Me entrega a ficha.

- Isso é bom. Pelo que me disse como era no começo, parece ser outra menina.

- É verdade. - Sorri. - Desculpa me intrometer, mas você já conversou com o seu marido a respeito do Pedrinho?

Eu comentei sobre a adoção, por que vou precisar da sua ajuda nessa transição de vida do menino. Tudo o que o aconteceu ainda é muito fresco em sua memória e de repente teve que mudar de casa e conviver com pessoas diferentes, não é fácil. Caso tudo dê certo, outra grande mudança vai mexer muito com seu emocional.

- Ainda não, Fernando. Ele está viajando à negócios e espero falar hoje à noite. - O respondo.

- Sabe, eu acho que o Pedrinho vai gostar muito de viver com você. Sem contar que já o conquistou e dá para ver o quanto gosta dos seus momentos juntos. Será uma ótima mãe.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora