De volta - Part I

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Despertei com o som de um "bip".

Outra vez?

Fui recobrando os sentidos e também lembranças terríveis. Arthur! Ainda com a visão embaçada, consigo perceber que estou em um quarto de hospital. Tudo me vêm a mente. A briga entre os dois, seu beijo e...

— Meu amor.

Viro minha cabeça rapidamente para a esquerda e ele se aproxima da cama.

— Arthur... Você... — Não consigo controlar a emoção e deixo as lágrimas caírem.

— Calma, Anne. O que foi? Está se sentindo mal? Vou chamar o médico. — Se vira para sair, mas seguro sua mão.

— Não, está tudo bem. — O tranquilizo. — Eu... Pensei que tinha morrido.

Meu coração está transbordando de felicidade, com o misto de sensações em tê-lo aqui comigo.

— Estou aqui, não é?! — Acaricia meu rosto.

— Sim, mas fiquei tão preocupada. — Olho seu corpo, só para certificar que está tudo bem.

Ainda veste as mesmas roupas de ontem, porém sem o paletó.

— Senti uma terrível angústia em sua ausência. — Percebo que seus olhos estão vermelhos.

— Estava chorando? — Pergunto.

— Confesso que sim. — Abaixa a cabeça para esconder sua vulnerabilidade. —Não tem ideia do quão desesperado fiquei esses dias.

— Felizmente isso acabou. — Faço com que volte a me olhar. — Estamos juntos de novo. — Sorrio.

— Sim, meu amor. — Deixa um beijo em minha mão.

Sento na cama e faz o mesmo, ficando ao meu lado.

— Me conta o que aconteceu ontem. — Peço. — E o Jorge?

Seus olhos caem no chão, enquanto solta um longo suspiro.

— Ele está morto, Anne. — Responde.

Morto? Mas...

— Como assim?! — Espero por mais explicações.

— O tiro que ouviu não foi disparado pela arma que segurava, mas sim pelo Dominic.

— O Dominic?! — Arregalo os olhos, incrédula. — Eu pensei que tinha lhe acontecido algo.

— Na verdade, apareceu em meu apartamento todo machucado e nos confirmou que o Jorge era realmente seu sequestrador.

Minha mente está totalmente confusa.

— Antes de desmaiar, não o vi. — Comento.

— Porque chegou por trás e teve que atirar, ou seria eu a...

— Não gosto nem de pensar, Arthur. — O interrompo. — Fiquei desesperada com a possibilidade de te perder.

— Nunca senti tanto medo na vida... Você é tudo para mim, meu amor... Eu sentia como se faltasse uma parte de mim e na verdade, faltava.

Que lindo isso.

— Me beija. — Peço, mas soa mais como uma ordem.

Aquele sorriso que tanto amo, aparece e faz meu coração acelerar. Mais ainda quando seus lábios tocam os meus, apaixonadamente. Passo meus dedos pelos seus cabelos macios. Como senti falta dessa sensação. Sua língua explora a minha como nunca e nosso toque é recheado de amor, carinho e saudade. Só nos afastamos depois de um tempo.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora