Tentativa de fuga

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Ontem, tive um ataque de fúria, logo depois que o Jorge me desamarrou. Pulei em cima dele e comecei a estapeá-lo, taquei alguns objetos da decoração em sua direção, mas infelizmente não acertei nenhum. Nunca me descontrolei assim antes.... Também, é a primeira vez que sou sequestrada por um maluco que diz ser apaixonado por mim. Passei praticamente toda a noite chorando e pensando em formas de sair daqui, então cheguei a conclusão de fazer seu jogo. Será difícil, mas está na hora de usar meu lado atriz, se é que eu tenho um. Lembro de quando a Lisa e eu fingíamos ser namoradas, para dar um chega para lá nos caras sem noção da balada.

A porta é destrancada e um par de olhos azuis caem em mim.

— Está mais calma, minha linda? — Pergunta, sem entrar.

— Sim. — Minto.

— Que bom. Trouxe seu café. — Finalmente, se aproxima da cama e deixa a bandeja ao meu lado.

— Queria me desculpar com você. — Início meu papel.

Ele franze as sobrancelhas e parece surpreso.

— Se desculpar? — Questiona, ainda confuso.

— Exatamente. — Afirmo. — Ontem, acabei me descontrolando e agi muito mal.

— Isso foi, mas... - Tenta contestar, mas o interrompo:

— Não posso estar arrependida?!

— Claro. Só achei estranho. — Diz.

Dou de ombros e pego um copo de suco.

— Pensei bastante essa noite e... — Dou um gole no líquido de laranja. — Talvez tenha razão.

— Em quê, precisamente? — Pergunta, curioso.

— Em o Arthur não ser tão bom quanto penso. — Sua expressão fica totalmente desconcertada. — Ele não foi tão honesto comigo e desconfiou do meu caráter várias vezes. Para quem sempre te julgava, devia dar o exemplo. — Posso ver o quão perplexo está com minhas palavras.

— Não entendo o motivo disso, Anne. — Nega com a cabeça. — Ontem mesmo, gritou que o amava e que jamais o esqueceria e agora fala algo tão diferente. O que está planejando?

— Nada. Só parei para refletir. Não tive muitos relacionamentos e quando o Arthur apareceu, fiquei encantada. Não pode negar que é cara muito atraente e passa uma imponência, mas... Não sei se quero ser sua esposa. — Mesmo fingindo, sinto um aperto no peito ao dizer tanta bobagem.

— Não quer mais se casar com ele?! - Franze a testa. — Então, por que aceitou o pedido?

Porque o amo e quero estar para sempre com o homem que mais me realiza nesse mundo.

— Não tive coragem de recusar, ou pedir um tempo. — Invento. — A verdade é que, fiquei estressada por ter me trago para cá e por isso dei tanto escândalo.

Ele está muito desconfiado. Só espero que tudo não vá por água a baixo. Preciso me soltar mais.

— Pensei em tudo o que falou e bem... — Empurro a bandeja e me aproximo mais. — Você é um homem bonito, Jorge. Mesmo que não tenha gostado nada de ter me sequestrado, aqui não é ruim, muito pelo contrário. É melhor que meu quarto.

— Me acha bonito? — Pergunta, para conferir.

— É claro que sim. — Não é tanta mentira nessa parte, mas é um canalha de marca maior.

— Isso é muito estranho, Anne. — Volta a cerrar os olhos. — Está tentando me enganar?

Meu coração dá um pulo dentro do peito.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora