Dívida

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- Arthur... - Me aproximo e o olho. - Me explica o que está acontecendo, pelo amor de Deus. - Peço, já com o coração na boca.

- Tente ficar calma, por favor. 

- Não me pede isso. Como vou ficar calma se acabei de ouvir que meu filhou sumiu?! Onde está o Pedro? - Insisto.

Ele me observa por um momento. Parece estar procurando palavras para me dar a notícia.

Minhas mãos já estão frias.

- Alguém foi até a escola no horário da saída e o pegou. - Diz.

- Como assim, simplesmente pegou?! Só nós dois temos autorização para isso.

- Sim, mas... parece que foi um homem e o monitor liberou por ter chamado o de pai.

Sinto um tonteira repentina e sou amparada por seus braços.

- Maria, pega uma água para ela. - Pede.

- Não, Arthur... Isso não pode estar acontecendo... - Respiro fundo para tentar me manter consciente. - Foi o Edgar? - Pergunto.

- Vamos nos sentar primeiro. - Me leva para o sofá. - Ainda não sabemos quem foi, Anne.

- A gente tem que chamar a polícia rápido. Cadê minha bolsa? Usa o seu celular...

- Meu amor. - Segura meu rosto, me fazendo olhar para si. - Já mandei o Eduardo atrás dele e estou esperando a gravação da escola.

- Mas não podemos ficar parados, enquanto o Pedro está em perigo. Ninguém da nossa família teria o pegado sem avisar, mas vamos conferir.

Por mais que eu saiba que não seja o caso, tenho que fazer alguma coisa.

- Tudo bem. Eu vou ligar.

Maria volta e me entrega um copo.

- Beba, Anne. Vai te fazer bem. - Diz.

Pego a água e tomo de uma vez.

- Fica com ela, por favor. Vou fazer algumas ligações. - Se afasta.

Ela se põe ao meu lado e segura minha mão. 

- Não vamos entrar em desespero, meu bem. O Pedro vai voltar em segurança e nada vai lhe acontecer. - Tenta me tranquilizar, mas vejo que pelos olhos vermelhos, acabou chorando.

- Estou morrendo de medo, Maria. Se foi o Edgar que o pegou, não quero nem pensar o que o Pedro está sentindo e as conseqüências que isso trará para o seu emocional.

- É difícil, mas vamos pensar que ele não voltaria a fazer tanto mal para seu filho. - Diz.

Eu gostaria muito de acreditar nisso, mas não confio nem um pouco naquele homem.

Se passa alguns minutos de angústia e o Arthur volta com uma expressão séria.

- Ninguém sabe de nada.

- Meu pai vai ficar desesperado. - Comento.

- Eu não contei o que aconteceu. Tentei perguntar sem levantar suspeitas. Ainda é cedo e precisamos de mais informações.

- Tem razão. Melhor não preocupá-los.

Seu celualar recebe uma notificação e fico apreensiva, enquanto vê o que é.

- A diretora da escola mandou as imagens. - Se aproxima e senta entre nós duas.

Ele aparta o play e o vídeo começa a rodar.

É possivel ver a data e o horário de saída na parte superior da tela.

Muitos alunos aparecem correndo em direção ao portão. Como a van demora um pouco para chegar, sobra o grupo de crianças que a pegam.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora