De chegada

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Semanas depois...

*Arthur On


Já faz alguns dias que a Anne foi para Mônaco e por mais que nos falamos todos os dias por Skype, estou com muita saudade, principalmente as crianças.

Como seria impossível que ela levasse a Sofia, Maria e eu ficamos encarregados de cumprir suas ordens que fez questão de repetir diversas vezes e não satisfeita, deixou tudo por escrito.

Sabemos que a bebê ainda é muito nova, mas como já não depende somente da Anne para se alimentar, fica mais fácil. Armazenamos o leite em diversas mamadeiras, então só precisamos descongelar quando estiver com fome.

A "despedida" foi baseada em lágrimas.

Sei que minha esposa foi com o coração nas mãos por deixá-la para trás. E não pense que pelo fato do Pedro já ser grande, ela não sentiu.

Durante todo o trajeto até o aeroporto, tive que ouvir atentamente tudo o que pedia para cuidar dos dois.

Tirando o lado de ficarmos separados, fico muito orgulhoso pela oportunidade que recebeu.

Sou testemunha de quanto pensa no próximo e faz tudo o que está ao seu alcance para ajudar quem mais precisa. 

Como sempre digo, seu coração é enorme e abraça à todos.

Bem... preciso me concentrar em meu trabalho, já que não estou indo para à empresa.

Roger me enviou alguns e-mails que fiquei revisando durante toda a manhã.

Enquanto digito um contrato, alguém bate na porta.

- Sim? - Digo.

- Arthur. - Maria entra sorrindo. - Trouxe um café para você. Acabei de passar.

- Obrigado. - Afasto os papéis e ela coloca a xícara sobre a mesa. Ergo meu pulso para ver as horas. - O Pedro está quase chegando. - Comento.

- E hoje vai ter uma surpresa. Preparei aquele doce que adora.

- Você o mima muito. - Sorrio.

- Não precisa ficar com ciúmes, pois quando era pequeno, lhe fazia o mesmo. 

Me lembro que meu pai não gostava muito que comessemos essas coisas fora do horário, mas Maria sempre arrumava um jeito de nos agradar.

Tomo o café que me trouxe e desço à portaria para esperar meu filho.

- Senhor Arthur. - Wesley se aproxima de mim e pega minha mão. - Como vai?

- Bem e você?

- Cansado. Olha, ter que cuidar dessa portaria não é fácil. Pensa em uma dor de coluna daquelas. - Se espreguiça.

A maioria do tempo fica sentado, ou tomando um suco, café, enfim. Acho que está dramatizando, mas decido "compactuar" com sua reclamação.

- Claro. Você é muito esforçado, Wesley. Não poderíamos encontrar pessoa mais eficiente para esse cargo.

Ele estufa o peito todo orgulhoso e não percebe a ironia em minha voz.

- Muito obrigado, Senhor Monteiro. - Sorri alegremente. 

Só me resta fazer o mesmo. Por mais que toda sua "dedicação" ao trabalho não seja da mesma proporção que diz, é um homem muito bom e honesto.

A van escolar vira a esquina, então corto nossa conversa e saio para a rua.

Não demora muito e ele já pula em meu colo.

- Alguém está animado. - Comento.

- É que a mamãe vai ligar mais cedo e fiz um desenho que quero mostrar para ela. - Diz.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora