Um dia desanimador

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Alguns dias depois...

Após terminar mais um dia de trabalho com o Fernando, decidi passar na empresa do meu pai.

Caminhei até a recepção e fui recebida por um funcionário, que liberou minha entrada. 

Chegando ao último anda, caminho até a secretária. Ela está lendo algum papel e não percebe minha presença.

- Boa tarde, Sarah. - Chamo sua atenção.

Seus olhos cobertos pelos óculos, caem sobre mim.

- Oi. Boa tarde, senhorita Anne. - Sorri. - Em que posso ajudar?

- Eu queria falar com meu pai. Ele está ocupado? - Pergunto.

- Não, acabamos de sair de uma reunião. Tenho certeza que ficará feliz em vê-la. Entre, por favor. - Aponta para a porta.

- Esta bem. Obrigada.

Pelo que sei, os dois trabalham juntos a muito tempo.

Bato na porta antes de entrar e ouço sua voz confirmar.

- Oi. - Coloco apenas a cabeça para dentro do escritório.

Ele deixa o computador de lado e se levanta, caminhando em minha direção.

- Minha filha, entre. - Diz.

Faço o que pediu e me apresso para lhe dar um abraço.

- Como o senhor está? - Pergunto. - Atrapalho?

- Claro que não, Anne. Sempre terei tempo para te receber. - Acaricia o meu rosto.  - Senta. Comigo tudo bem e você?

Me acomodo na cadeira e deixo minha bolsa em outra, ao meu lado.

- Um pouco cansada, mas indo. - Sorrio. - Então... além de ter vindo te ver, também queria sua ajuda.

- O que precisa?

- O Senhor sabe que eu gostaria de montar meu consultório para poder atender as pessoas da melhor forma possível e ajudar aquelas que não têm muitas condições, certo?! Com a ajuda do Arthur, andamos olhando alguns imóveis, mas ainda não encontrei um que me agradasse.

- Sim, você comentou sobre isso. - Diz.

- Por isso quero saber se pode me ajudar a encontrar um bom lugar.

- É claro, minha filha. Me diz mais detalhadamente o que está pensando. - Pega um caderno para anotar.

Começo a contar como gostaria que fosse o meu futuro local de trabalho.

No meu consultório não terá nenhum tipo de cliente "definido". Quero e vou atender a todos, principalmente os que não têm condições de arcar com um tratamento caro, ou passam por longa demora em filas do sistema público de saúde. O preço será totalmente acessível e para os que não têm pagar, também quero atender.

Fico com meu pai até à noite e depois volto para casa.

Como a sala está vazia e em total silêncio, caminho até a cozinha para encontrar uma cena linda.

O Pedrinho sentado na bancada, enquanto separa algumas folhas para fazer salada e o Arthur de costas, preparando algo no fogão.

- Então hoje teremos um jantar especial?! - Digo, chamando a atenção dos dois para mim.

- Se sinta lisonjeada, meu amor. - Arthur brinca.

- É claro que sim. Tenho dois lindos chefes morando comigo. - Sorrio e me aproximo, abraçando meu filho.

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