Jantar de agradecimento

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 — Cuidado para não se cortar. — Provoca, quando estou picando a batata.

Lhe dou um olhar mortal e reviro os olhos.

— Está muito engraçadinho, Senhor Monteiro. — Ele chegou mais cedo e decidimos convidar o Dominic e o Eduardo para jantar. Quero agradecê-los pessoalmente.

— Só quero protegê-la. — Ironiza.

Se não o amasse tanto, jogaria a faca em sua cara. Brincadeira, é claro. Agora sou auxiliar do Chefe de Cozinha aqui.

— Pronto. — Lhe entrego a vasilha com o legume. — Viu?! Minhas mãos ainda estão intactas.

— Ainda bem, não é?! —Continua ironizando.

— Já que tem tudo sobre controle, vou subir para me arrumar. — Deixo um beijo em seu rosto e me afasto.

— Ei, espera. Não acabamos ainda. — Diz.

— Acho que dá conta do recado. Não quero me machucar. — Dou uma piscadinha e saio.

Tenho a impressão que adoramos implicar um com o outro.

Subo para o quarto e paro em frente ao guarda-roupa. Pego um vestido de fundo azul e estampa floral, que cai superbem no meu corpo, minha roupa íntima e entro no banheiro. Após terminar o banho, faço uma maquiagem simples, apesar de estar em casa. Também só fica no rímel e batom.

Volto à cozinha e encontro o Arthur de costas para mim, enquanto prepara algo no fogão.

— Hum, o cheiro está delicioso. — Comento.

Seus olhos encontram os meus e um sorriso aparece em seu rosto.

— O sabor tem que estar melhor, então. — Diz.

— Tenho certeza que estará. — Encosto no balcão e fico o observando.

Ele é bom nisso mesmo, aliás... Em tudo o que faz. Coro com as imagens que vem a minha mente. Ai, como ando maliciosa. Viajo tanto que nem percebo seu corpo praticamente colar ao meu. Volto a realidade, ao seu braços me cercarem.

— Preciso pegar a colher. — Se aproxima mais e pega uma que estava atrás de mim.

— Desculpe se estou atrapalhando. — Ironizo e o faço sorrir, mas logo, fica sério. — O que foi?

— Você está linda. — Responde.

É tão interessante como mesmo depois do tempo que estamos juntos, seus elogios mexem comigo. É como se sempre fosse a primeira vez que os ouço.

— Obrigada. — Agradeço.

Nossa proximidade se torna menor, quando seus lábios tocam os meus. Passo meus braços pelo seu pescoço e meus dedos entre seus cabelos. Íamos nos empolgando, até que a campainha nos interrompe.

— Droga. — Resmunga.

— Eu atendo. — Sorrio.

Arrumo minha roupa e caminho até a porta. Abro e vejo o Dominic e o Eduardo, ambos sorridentes.

— Boa noite. — Os cumprimento. — Entrem, por favor. — Dou espaço para que passem por mim. — Como estão?

— Nós que devíamos perguntar isso, Anne. — Dominic, fala.

— Podem se sentar, fiquem à vontade. — Aponto para o sofá. — Não é a coisa mais fácil, mas a cada dia estou melhor.

— Posso imaginar. Foi um grande trauma, mas se recuperará. — Eduardo, me incentiva.

— Gostaria de agradecê-los por tudo. O Arthur me contou da dedicação que tiveram. Vocês me salvaram.

— Tínhamos que garantir sua proteção. Mesmo que eu não tenha conseguido no começo... —Dominic, abaixa a cabeça. — A trouxemos de volta.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora