Encontro - Part II

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Voltamos para a sala, interrompendo a conversa entre o Arthur e a Cíntia. Eles nos olham apreensivos.

- É... Vamos, meu amor? - O chamo.

- Mas já?! Vocês não ficarão para o jantar? - Ela lamenta.

- Desculpa, mas eu não estou muito bem. Agradeço seu convite, Cíntia. - Dou um sorriso.

- Tudo bem. Espero que volte.

- Tchau, Anne. - Vicente diz. - Arthur. - Se despede com um aperto de mão.

- Até mais. - Me despeço.

Ele nos acompanha até a porta e quando saio, o vento gelado da noite parece revigorar minhas energias.

- Está tudo bem, meu amor? - Arthur toca em meu rosto.

- Sim, só me leva para casa. - Peço.

- Claro. - Me guia até o carro e abre a porta para mim.

Novamente, preferi o silêncio durante o caminho.

(...)

Chegamos no apartamento e fomos direto para o quarto.

- Quer conversar? - Ele se senta ao meu lado na cama.

Respiro fundo e tento encaixar minhas ideias.

- É tanta coisa, Arthur. Essa história é mais maluca do que eu podia imaginar.

- O que tem nessa caixa? - Pergunta.

- Algumas cartas que tecnicamente eram para minha mãe e o Vicente terem trocado.

- Tecnicamente?! - Franze as sobrancelhas.

Conto toda a história que ouvi dentro daquela biblioteca.

- Meu Deus, Anne... Essa mulher não podia ter feito isso.

- Eu fico imaginando como minha mãe deve ter se sentido. Achar que o homem que ela amava tinha a abandonado com uma criança na barriga.

- Com certeza não foi fácil. - Diz. - Você não vai lê-las? - Aponta para a caixa.

- Sim. - Confirmo.

- Vou te deixar sozinha, então. - Ia se levantar, mas seguro em seu braço.

- Não, fica comigo... por favor. Eu quero sua companhia.

Recebo um sorriso carinhoso e ele volta a se sentar ao meu lado.

Abro a caixa e encontro alguns envelopes. Não são muitos, mas está de bom tamanho.

O texto das cartas não são grandes e a maioria se trata apenas da saudade dos dois e coisas cotidianas. Arthur pega uma que foi enviada pelo Vicente e começa a ler.

Querida, Catarina.

Te escrevo para contar as novidades, mas primeiro quero dizer que te amo.

Estou hospedado em um hotel e todas as noites me lembro de você (não só as noites). Apesar de tudo parecer incrível por aqui, falta sua presença e seu sorriso que sempre me dava ânimo para enfrentar o dia a dia.

A faculdade é muito bem estruturada, os professores são ótimos e já fiz alguns amigos.

Sei que não tem muito tempo que fui embora, mas sinto sua falta e gostaria que respondesse minhas cartas. Minha mãe disse que você está um pouco sumida. Talvez esteja ocupada com alguma coisa, mas faça um esforço. Quero muito saber como está.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora