Meu Professor 2

Encontro no bar

Passamos a manhã de Domingo na cama. Pela primeira vez, ele não acordou com as galinhas, então depois do meio dia, saímos do quarto.

— Vou preparar nosso almoço. — Digo.

— Você?! — Ironiza, ao se sentar em frente ao balcão.

— Algum problema? — Lhe dou um olhar interrogativo.

— Nenhum. — Ergue as mãos, em defesa.

— O que aconteceu aquele dia foi só uma exceção. — Explico.

— Claro. — Zomba.

Dou um falso sorriso e começo a pegar as coisas.

— Gosta de espaguete à bolonhesa? — Pergunto.

— Sim. Tem um restaurante ótimo que fica aqui perto. Vamos? — Provoca.

— Vou fingir que não escutei isso... Corta os tomates. — Lhe entrego a vasilha, junto com a faca.

— Tudo bem, Chefe. — Acena com a cabeça.

Termino nossa brincadeira com um sorriso e até que depois disso, se comportou e não fez nenhuma piadinha com minha falta de experiência nessa área da casa.

Não demora muito e nossa comida fica pronta. Salpico um pouco de queijo ralado por cima e levo para a mesa.

— Espero que goste, meu amor. — Sento ao seu lado.

Ele pega o garfo e acompanho sua reação, como se estivesse em um programa culinário, onde o jurado avalia seu desempenho.

— Está... — Pega o copo de suco e toma um gole. — Delicioso. — Sorri.

— Sério?! — Não consigo conter minha surpresa. — Ufa! Falei que não era tão ruim assim. — Resolvo experimentar e franzo as sobrancelhas. — Arthur... — Cerro os olhos. — Você mentiu para mim. Isso aqui não tem gosto de nada, mas coloquei todos os temperos e sal.

Não acredito que tive a oportunidade de me defender e deixar passar.

— Não se preocupe, amor. Provavelmente errou a quantidade. Lembre-se que muito sal faz mal à saúde. —Tenta me animar.

— Isso não está ajudando, Arthur. — Abaixo a cabeça com raiva e decepcionada, ao mesmo tempo.

— Não precisa ficar assim. — Coloca a mão sobre a minha. — Daremos um jeito nisso.

Levantando e pegando a travessa, vai até o fogão e volta a despejar o macarrão na panela, acrescentando um pouco mais de especiarias.

Depois de alguns minutos, volta a me servir.

— Agora sim. — Digo, após a primeira garfada.

— Só faltava um detalhe, meu amor. Ficou muito bom mesmo. — Seu jeito de olhar leva a crer que realmente não estava tão ruim.

— Que bom. Da próxima vez, eu acerto.

Trocamos sorrisos e continuamos a almoçar.

(...)


Cheguei à faculdade e o Arthur já estava vindo pelo corredor. Quase me atraso. Ele balança a cabeça negativamente e entra logo atrás.

— Bom dia. — Cumprimenta a turma.

Sento em meu lugar e respiro fundo. Foi por pouco. Dou um "oi" a Lisa e ao Erick. A aula começa e presto bastante atenção. O Arthur, com sua postura imponente, comanda com perfeição a todo momento.

O intervalo chega e vamos para o nosso cantinho, enquanto o Erick vai buscar o lanche.

— Por que o Lucas não veio? — Pergunto.

— Ué, ele não te mandou mensagem hoje, não?! — Franze a testa.

— Não que eu saiba. — Dou de ombros. — Esqueci de colocar o celular para carregar. Aliás foi por isso que quase atrasei.

— Bem... — Suspira. — Aconteceu um problema. Sabe aquela garota que estava conhecendo? — Balanço a cabeça confirmando. — Parece que tinha um namorado e não resolveu as coisas antes de começar a sair com nosso amigo, então esse cara encontrou os dois em uma festa e deu briga.

— Meu Deus. — Coloco a mão no peito. — O Lucas está machucado?

— Um pouco. — Responde, chateada.

— Isso é muito sério. Aconteceu algo com a menina também?

— Apesar de acalmar a situação, escolheu o ex. Vou visitá-lo depois da aula. Se quiser vir comigo. — Oferece.

— Claro. Quero sim. — Concordo.

Que maluquice acabei de escutar.

No final da aula, combinei com a Lisa que me despediria do Arthur, antes de irmos, então fui para o estacionamento esperá-lo.

— Posso ajudar?

Me viro e encontro seu lindo sorriso.

— Na verdade, vim dar "tchau". A Lisa e eu visitaremos o Lucas.

— Algum problema? — Pergunta.

— Ele não está muito bem e estamos preocupadas. — Resumo a situação.

— Tudo bem. Nos falamos depois.

Concordo e me despeço dele. Até poderia ser com um beijo, mas não estamos no lugar ideal, então um sorriso já é valido.