Tarde especial

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- Um filho?! - Repito ainda sem reação.

O que me disse foi tão inesperado.

- É, Anne... Você sabe que não sou tão jovem assim e com o passar do tempo nossas chances vão diminuindo. Talvez não seja o melhor momento, já que você está próxima da sua formatura, tem o estágio e obviamente sua entrada em uma carreira profissional, mas não digo que precisasse ser agora... Uma criança necessita de toda à atenção e com tudo o que está acontecendo, ficaria difícil conciliar. Só queria que amadurecessemos essa ideia.

- Claro, eu te entendo. - Lhe dou um sorriso. - Nunca me imaginei sendo mãe, mas é uma etapa que eu quero passar ao seu lado. Confesso que seu pedido me pegou totalmente desprevenida.

- Desculpe. A gente nunca tratou isso à fundo, porém já passou pela minha cabeça e bem... Eu ficaria muito feliz em ser pai, principalmente se eu realizar isso com você... A mulher que amo.

- Te imaginar com um bebê no colo é uma cena bem curiosa, Senhor Monteiro e... Eu adoraria vê-la.

Um sorriso muito bonito se abre em seu rosto próximo ao meu.

- Quer dizer que concorda? - Pergunta.

- É claro que sim. Acho que não é o melhor momento agora, mas já podemos planejar. - Digo.

- Essa é uma ótima notícia. Eu te amo muito, Anne. - Sua boca se junta à minha em um beijo repleto de carinho. - Ter um filho nosso será uma das maiores emoções da minha vida e só quero realizá-la se for com você.

- Igualmente, meu amor. Está preparado para trocar muitas fraldas? Acordar no meio da noite? Dar mamadeira? Fazê-lo dormir? Enfim. - Brinco com umas das tarefas para se criar um bebê.

- Sim, já estarei pronto para todo e qualquer tipo de coisa. - Diz.

- Claro, eu me esqueci que você é o meu Senhor Intenso e tudo se torna fácil com os seus super poderes.

- Exatamente. - Ironiza.

Será que eu estou preparada para isso? Serei uma boa mãe? Vou saber lidar com a responsabilidade de criar um filho? Falharei? Terei os melhores conselhos, ou vou saber a hora certa de corrigir seus erros?

São muitas perguntas, mas quero esclarecê-las ao lado do Arthur e não dá para obter essas respostas agora.

(...)

Dois meses depois...

Já tem algum tempo que temos focado no caso do Pedrinho e estou muito satisfeita com o seu desenvolvimento. Apesar de ainda se manter distante da maioria da crianças do orfanato, comigo e com o Fernando ele tem se aberto mais.

Quanto mais convivo ao seu lado, mais quero que possa se curar desse trauma que o pai o fez passar.

Falando nisso, esse assunto é um dos que ainda não conseguimos discutir e creio que seja cedo para querer algo tão delicado.

- Você realmente se aproximou muito dele, né?! - Fernando comenta.

- Sim. Eu sinto uma coisa diferente sabe?! Será que eu estou errada em ter essa afeição a mais do que pelas outras crianças?

- Não tem nada a ver, Anne. Você cuida bem de todos aqui no orfanato e tem um carinho enorme, mas talvez tenha se identificado mais com o Pedro e isso não prejudica o restante.

- Que bom, por que não quero distinguí-los e gosto de todos, mas o Pedro... mexe muito comigo. - Digo.

- Não tem problema algum. É provável que tenha se envolvido emocionalmente com esse caso. É muito bonito ver vocês dois juntos e todo o esforço que fez para conseguir se aproximar. É quase como um carinho maternal.

Meu Professor 2Onde histórias criam vida. Descubra agora