Seguimos pra praça de alimentação e pedimos massa para comer. Nos sentamos em uma das mesinhas esperando a comida ficar pronta.
Lua e Clara estavam sentadas em minha frente, estavamos conversando coisas aleatórias.
- Nosso pedido ficou pronto. - Falei. - Eu vou pegar o meu e em seguida vocês vão!
Peguei meu prato e rapidamente voltei pra mesa, as meninas foram também e demoraram um pouco pra voltar.
- Que demora foi essa? - Falei.
- Na-nada. - Lua falou.
- Que foi? Lua nunca gagueja.
Revirei os olhos e dei mais uma garfada no meu macarrão.
- Bobeira da Lua! - Clara falou.
Continuamos comendo e a Lua não tirava os olhos de algo na frente delas e atrás de mim.
- O que você tanto olha? Algum gatinho?
Perguntei e ri bebendo o último gole do meu suco.
Clara deu um cutucão no braço da Lua e eu não me aguentei, virei pra trás pra ver o que estava acontecendo.
Tinha um casal almoçando. A menina era morena, um pouco japonesa e eu parecia conhece-la.
- Aquela menina é a Karla amiga dos meninos? - Perguntei e virei pras meninas novamente.
- Aham. - Clara falou. - Fazia tempo que a gente não a via, né?
- Pois é, deve ser mais um dos meninos que ela dá, meu irmão falou que ela é a tal da vadia. - Falei dando de ombros.
As meninas assentiram e eu virei novamente pra tentar ver quem era o menino. Ele estava de costas, dificultava um pouco, mas aquele cabelo, o jeito como se movimentava.. É claro, eu sabia quem era.
- É O PEDRO!
Falei um pouco alto e as meninas me olharam.
- É. - Lua respondeu baixinho.
Como ele pode? No dia anterior ele comeu a Suzy e agora saiu com a vaca da Karla. Escroto!
- Vamos? - Falei.
As meninas assentiram e nós nos levantamos. Eu fui fazendo o caminho até a mesa deles e Clara segurou meu braço.
- Camila, você não vai dar barraco, por favor. - Ela falou.
Revirei meus olhos.
- É óbvio que não, apenas vou passar do lado deles.
Sorri irônica.
Continuei caminhando e fiz questão de passar na mesa ao lado da deles, esbarrei no braço do Pedro ''sem querer'' com o meu corpo, já que os corredores eram pequenos, deu pra disfarçar.
Pude sentir o olhar dele sobre mim.
- Camila!
Ouvi sua voz e meu coração acelerou. Não olhei pra trás, segui em frente como se nem fosse comigo.
Liguei pro meu irmão e ele logo chegou pra nos pegar.
- Cá, você quer que eu fique com você na sua casa? - Lua perguntou e eu sorri agradecida.
- É amiga, a gente pode ficar lá. - Clara sorriu.
- Não precisa, meninas. Eu tô bem! - Menti. - Amanhã começa a escola e tem algumas coisas pra arrumar, né?
Sorri e elas assentiram.
Deixamos elas em suas respectivas casas e Guilherme me olhava estranho, com certeza ele desconfiava ou ficou sabendo de algo.
Chegamos em casa e os meninos estavam na sala, pra variar.
- Oi pra vocês.
Sorri um pouco forçado e fui pro meu quarto.
Tirei minha sandalia e me joguei na cama.
Droga! Porque nunca dá nada certo comigo? Porque eu sempre sou trocada? Imagina se a gente namorasse então? Bufei!
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Tem que ser você.
RomanceCamila e Guilherme nasceram no Brasil, mas ainda muito pequenos mudaram-se para Nova York com seus pais devido a negócios. Sempre cresceram aprendendo além de inglês a língua portuguesa. Guilherme com 17 anos decidiu vir estudar no Brasil e se adapt...