-Tá com fome?
André falou se levantando do meu colo e mudando totalmente de assunto, eu suspirei baixo e me levantei. Se ele não queria falar sobre isso, eu não insistira.
- Não muita. Queria cama, apenas.. Mas não queria ir pra minha casa, não quero encontrar certas pessoas.
Descemos as pedras até chegarmos na moto de volta.
- Quer ir lá pra casa?
Ele falou e me entregou o capacete novamente.
- Eu não quero atrapalhar.. - Falei.
- Vamos logo!
Ele falou e eu sorri, coloquei o capacete e subi na moto.
Em poucos minutos ele estacionou em frente a um prédio, não era no mesmo bairro que o meu, mas era bem próximo, pois chegamos bem rápido. O prédio era normal, pelo menos externamente ele era bem bonitinho.
Nós entramos e seguimos pro elevador, que não demorou nada pra chegar em frente a um apartamento.
- Sua mãe tá ai?
Eu falei baixinho enquanto ele abria a porta, e ele deu uma risada um pouco alta.
- Vai dizer que tem vergonha?
Ele abriu a porta e nós entramos.
O apartamento era simples e parecia pequeno mas era muito organizado, bem cuidado, cheirava a casa limpa. Os móveis eram em tons de preto e branco.
- Entra, Camila.
André falou pra mim que estava parada na porta observando tudo. Até fiquei com vergonha, não queria que ele achasse que eu estava reparando.
- Sua casa é bem bonita.
Falei e sorri sincera.
Ele pegou nossos capacetes e colocou sobre uma pequena bancada que separava a cozinha da sala.
- Sua mãe não está?
Eu repeti a pergunta.
- Eu moro sozinho.
Deu de ombros e eu me assustei a principio.
- Vem!
Ele disse e pegou em uma das minhas mãos, me arrastando até o seu quarto.
- Que bagunça!
Falei quando vi algumas roupa espalhadas pela cama.
Ele deu risada.
- Joga tudo no chão e deita.
O olhei repreendendo. Me sentei na beirada da cama e comecei a dobrar as camisas, bermudas e todos os dias de roupas que tinham ali. André tava sentado em uma cadeira em frente a mesinha do computador tirando o tênis e sorria pra mim.
Depois de ter ajeitado tudo, com a ajuda dele, é claro, nós deitamos na cama e nos cobrimos, o tempo tinha fechado e estava chovendo.
- Nunca trouxe ninguém aqui no meu quarto, sabia?
Ele falou enquanto assistíamos televisão.
- E você come as meninas ainda?
Falei o olhando, e ele deu risada.
- Ai onde você tá deitada é que elas gozam!
Ele falou e fez cara de tarado.
- AI QUE NOJO!
Falei e deitei mais pro lado dele.
Ele ainda ria bastante.
- Você é engraçada!
Falou recuperando o folego.
- Mas quando eu trago as minas aqui em casa, eu uso o outro quarto...
- Então você tem um quarto só pra fodas? Deve ter um cheiro maravilhoso né.
Falei e ele riu novamente.
- Falando assim parece que eu fico 24 horas por dia trancado lá transando.
- Eu não duvido.
- Quem dera, viu, loirinha. - Falou.
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Tem que ser você.
RomanceCamila e Guilherme nasceram no Brasil, mas ainda muito pequenos mudaram-se para Nova York com seus pais devido a negócios. Sempre cresceram aprendendo além de inglês a língua portuguesa. Guilherme com 17 anos decidiu vir estudar no Brasil e se adapt...