Capítulo 180

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Depois das apresentações, chororo e a viadagem toda, eu fui até o carro pegar as malas e subi até o quarto. Coloquei as mesmas em um quanto qualquer e me deitei na cama, ao lado de onde a Camila estava.
- Tá tudo bem? - Perguntei.
- Só to cansada e com um pouco de dor de cabeça. 
Ela falou em um tom baixo e se aninhou mais perto de mim.
- Deve ser fome também. Minha mãe vai servir o almoço logo, descansa um pouquinho enquanto isso.
Acariciei seu rosto de leve e coloquei uma mexa do seu cabelo pra trás.
- Vai descer? - Perguntou.
- Você se importa?
Ela negou com a cabeça e nós demos um selinho. Levantei da cama e joguei um edredon bem fininho sobre ela, eu sabia que ela adorava dormir assim, tanto é que deu um sorriso todo dengoso.
Sai do quarto e desci as escadas, indo até a cozinha.
- Que cheiro bom! 
Falei me sentando na banqueta em frente a um bancada.
- Sua mãe agora de de cozinhar, pode isso?
Jade falou se aproximando de mim e eu soltei uma risada leve.
- Quando eu sai de casa ela não sabia fazer nem um arroz... - Falei.
- Ei, vocês dois! Tratem de me respeitar, eu tô ouvindo tudo!
A mãe falou com uma cara de brava mas logo caiu na risada também.
- Tô fazendo aquela lasanha de frango que você adorava! 
Sorri.
- Adorava não, eu adoro! - Falei.
- Rodrigo, vem cá!
Jade falou e não deu nem tempo de eu responder, ela foi me puxando em direção ao seu quarto.
- Jade! Você nem parece que tem 24 anos. 
Falei revirando os olhos e me jogando na sua cama.
- E você parece que tem 15, bagunçando a minha cama desse jeito.
Ela bufou e se deitou ao meu lado.
- Seu quarto não mudou nada! - Falei.
Ela sorriu.
- Você me perdoa? - Falou.
- Jade.. Eu não tenho do que perdoar. - Falei.
- Eu agi como uma menina mimada, não que eu não fosse.. - Ela riu. - Mas eu agi de um modo egoísta e eu me arrependi amargamento todos esses anos, mas como uma filha do Sr. Estevão, meu orgulho falou mais alto e sei que o seu também.
Jade falou e eu estava me sentindo uma mulherzinha por estar passando por essas paradas, era muito choro, muita emoção, já tava é com saudades do jeito machistas dos meus amigos.
- Passou, baixinha, passou. Nós dois erramos, e o pai e a mãe também, por nunca nos obrigar a fazer as pazes, mas ninguém é culpado nessa história. O que importa é que a gente teve essa oportunidade agora de se reencontrar e quem sabe poder viver como uma família normal! - Falei.
- É o que eu mais quero, sabia? Poder ter a família reunida no domingo, praia em família.. tudo isso que a gente perdeu.
Ela sorriu e eu dei um beijo na sua bochecha.
- E seu namorado estrangeiro? - Perguntei.
Ela deu risada.
- Ele não é estrangeiro, é brasileiro, uai! - Falou. 
- Mas e cadê ele?
- Ele chega na outra semana! Nós vamos passar uns dois meses de férias por aqui, e ai acho que vamos aproveitar e agilizar tudo pro casamento, se der tempo né.
- Olha só, a pirralha vai desencalhar..
Baguncei o cabelo dela que começou a gritar.
- Ai Rodrigo, tinha esquecido o quanto você é chato! - Bufou.

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