Capítulo 95

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- Obrigada pela companhia hoje.
Eu falei quando paramos em frente ao meu prédio.
- Que isso, loirinha, eu quem agradeço, tu não sabe o bem que me fez.
Eu sabia que o André estava com uma angustia no peito, passando por algum problema, dava pra perceber isso na expressão dele, que mesmo rindo e demonstrando felicidade, lá no fundo aparecia a preocupação e tristeza. Eu não forcei nada, não ia pressiona-lo e queria que ele se sentisse a vontade pra desabafar comigo.
- Quando quiser, é só me ligar. - Falei sorrindo.
- E tu também, só me ligar que eu estou as ordens.
Ele falou e eu dei uma risada leve.
- Até mais.
Acenei pra ele e entrei no prédio.
Subi rapidamente pro apartamento, e assim que entrei não encontrei ninguém na sala.
Segui direto pro meu quarto, onde fui tirando as peças das minhas roupas e entrando no banheiro.
Tomei um banho bem demorado, com tudo que tinha direito! Quando sai, vesti um shorts jeans rasgadinho e uma tomara que caia preta, calcei meus havaianas, penteei meus cabelos e os deixei secar naturalmente. Me perfumei e coloquei um brinquinho pequeno.
Me joguei na cama, e vi aquela caixinha que eu havia recebido mais cedo. Me sentei e a peguei, fiquei com um pouco de medo, afinal não tinha remetente e também não era do correio, mas abri.
Tinha uma caixinha de jóia e um cartão, abri a mesma e vi uma correntinha dourada, tinha um pingente com uma frase escrita e quando eu li, não acreditei. Nele estava escrito: ''Minha''. Abri o cartão onde estava escrito: 
''Espero que tenha gostado do presente. Você é minha pra sempre. 
Diego.''
- QUE INFERNO!
Gritei e joguei a caixa junto com a corrente e o cartão no chão. 
Eu comecei a chorar, a chorar muito, mas não era de medo nem de tristeza, mas sim de ódio! Raiva de mim mesma por nunca ter denunciado Diego aos meus pais, contado tudo que eu passava com ele, ou então ter proibido Guilherme de falar o mínimo que ele tinha visto.
Fiquei um tempo deitada na cama e pensando no que poderia fazer, mas nada me vinha a cabeça, eu teria que deixar rolar. 
Acabei pegando no sono e acordei ainda estava escuro, olhei no relógio e marcavam 4 horas da manhã.
Levantei e tirei a minha roupa, colocando apenas uma camiseta folgada, minha barriga estava fazendo barulho de tanta fome, então fui até a cozinha ver se encontrava algo.
- Pelo jeito não sou a única assaltante da geladeira pela madrugada.
Falei entrando na cozinha e observando Rodrigo preparando um sanduiche.
Ele deu risada ao me olhar.
- Bem vinda ao clube dos gordinhos. - Falou.
- Ei, eu não sou gorda!
Dei um tapinha de leve em seu ombro.
- Prepara um pra mim também? 
Fiz um biquinho enquanto pedia.
- Com essa carinha de cachorro sem dono fica impossível dizer não.

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