-Obrigada pela carona, Ro.
Falei descendo do carro.
- Disponha, Camilinha. Até mais.
Ele disse e deu partida no carro, sumindo rapidamente da minha visão.
Eu suspirei e queria tentar entender o que estava acontecendo, mas já estava alguns minutos atrasadas então corri pra aula.
Assim que entrei na sala percebi que a falta de Clara, com certeza essa vaca tinha faltado pelo mesmo motivo do meu irmão.
As três primeiras aulas passaram rapidamente e logo o intervalo chegou. Eu não estava com fome e nem com vontade de sair da sala, então permaneci ali.
Apoiei meus braços sobre a carteira e deitei a minha cabeça sobre eles, fechando os meus olhos em seguida.
As coisas mudaram completamente na minha vida!
Eu transei com meu melhor amigo, e ele estava frio, pelo menos eu sentia, ele me chamou de Camilinha e no percusso da minha casa até o colégio ele não disse nenhuma palavra. Eu sentia algo diferente no beijo dele, senti quando a gente transou, quando ele me acordou, eu poderia estar viajando, mas eu me sentia bem e ao mesmo tempo com um aperto no peito, afinal, como as coisas ficariam agora?
- Loirinha!
Ouvi alguém me chamar e ergui a minha cabeça.
- Oi, André.
Falei e sorri de lado.
- Ó, trouxe pra ti.
Ele falou e me entregou um copo de suco, de morango com leite, o meu preferido da escola!
Eu sorri em agradecimento.
- Obrigada, não precisava se incomodar.
- Que nada.. tava te devendo essa, afinal, tu terminou o trabalho pra mim e ai a gente tirou nota boa.
Sorri pra ele novamente, aliás, o sorriso não saia dos meus lábios.
- Não tem de que, marrentinho.
Falei e ele entortou a boca.
- Eu não sou não! - Falou.
Nós dois rimos e eu percebia que ele estava diferente, continuava com o jeito largado dele mas parecia que não estava tão ogro como antes.
A professora entrou na sala e cortou nosso papo, André voltou pra sua carteira e eu terminei de beber meu suco, prestando atenção na aula em seguida.
Aquelas duas ultimas aulas pareciam que não acabariam nunca, mas enfim o sinal tocou!
Quando estava saindo da sala, vi uma aglomeração no corredor.
- O que será que tá rolando?
André perguntou parando ao meu lado.
- Também tô querendo saber, mas vai ser quase impossível chegar até lá.
Dei risada.
- Vem comigo.
Ele falou e segurou e uma das minhas mãos, fomos andando e passando no meio das pessoas.
- Deve ser coisa boa, tá todo mundo rindo e feliz. - Falei.
Chegamos em frente ao mural, e tinha um aviso bem grande, praticamente em verde limão, falando que os professores entrariam em greve, e a previsão de retorno era para a próxima segunda feira!
- Agora entendi o motivo de felicidade!
André falou.
- Nem acredito! Que delicia ficar em casa! - Falei sorrindo.
- Vamos sair daqui.
Ele me puxou novamente, até sairmos pra fora do colégio.
- Eu vou indo nessa, vou passar na Clara pra dar a noticia! - Falei.
- Falando desse jeito parece que morreu alguém.
André falou.
- Ai, idiota! - Falei fazendo bico.
Ele segurou no meu bico e deu risada em seguida
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Tem que ser você.
RomanceCamila e Guilherme nasceram no Brasil, mas ainda muito pequenos mudaram-se para Nova York com seus pais devido a negócios. Sempre cresceram aprendendo além de inglês a língua portuguesa. Guilherme com 17 anos decidiu vir estudar no Brasil e se adapt...