Capítulo 132

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Quando virei pra voltar pro meu quarto, dei de cara com o Guilherme e sabia que viria bomba.
- Vai dar pra quem? 
Ele foi direto.
- Pra ninguém, ué.
Falei e tentei desvia-lo, mas foi em vão.
- Você tá toda arrumada pra ficar em casa? Vai usar camisinha pra se masturbar?
Eu revirei os olhos.
- Eu não te devo satisfações. - Falei.
- Ah mas deve sim, você tem 17 anos se não se lembra.
Bufei.
- Qual é, Guilherme? Vai me impedir de sair de casa agora? Tenho 17 anos mas a minha cabeça não é fraca e a minha mentalidade é muito mais madura do que muitas meninas de 25 ou mais.
Falei e cruzei os meus braços. 
Ele suspirou.
- Eu sei, Cá. Mas eu me preocupo com você, não quero nenhum filha da puta te machucando, nem você pegando alguma doença, engravidando... 
Eu sorri pra ele e envolvi uma dos meus braços em sua cintura, o abraçando.
- Tudo bem, Gui. Se eu contar com quem eu vou sair você não vai brigar? 
Olhei pra ele e fiz uma carinha de cão sem dono, pra ele já se comover.
Ele assentiu com a cabeça, negando.
- É com o Rodrigo.
Falei e apertei forte a sua cintura, confesso que eu estava com um pouco de medo da sua reação, mas fiquei surpresa quando ouvi ele falar.
- Se acertaram? Já era hora né?
O olhei.
- Você já sabia? Eu não acredito que a filha da puta da Clara te contou.
Soltei meus braços da sua cintura e fiquei o encarando, mas ele deu risada.
- Não foi ela que me contou, foi o Rodrigo.
Abri a boca formando um O.
- O que ele disse?
- Ele sempre foi afinzão de você. Desde quando se conheceram lá nos Estados Unidos ele te achou gatinha, mas você era novinha e tal.. eu já tirei a ideia da cabeça dele. Sabia que aquela história de super best frieds não ia rolar.
Ele disse e fez uma careta engraçada, que me fez rir.
- Fiquei chocada com isso! Pelo menos eu tenho seu apoio né? - Falei.
- É claro que tem! Mas se cuida, viu?! Não deixa ele abusar da sua inocência.
Guilherme soltou uma gargalhada alta e o olhei mostrando a língua.
- Ele já deve tá quase chegando, vou colocar a minha sandália, vem me contar porque você tá emburrado.
Nem esperei ele responder o puxei pela mão em direção ao meu quarto. 
Ele se sentou na beirada da cama e eu também, só que do outro lado.
- Conta logo!
Falei e ele suspirou.
- Clara! - Falou.
- Ela descobriu sua pulada de cerca? 
Peguei a minha sandália que estava no chão e comecei a calçar.
- A gente não namora, Cá. Ficamos sério, mas não namoramos, ela sempre foi super de boa com tudo, até fiquei com outras garotas e ela nunca falou nada.. e agora ela quer cobrar, pra que isso?
Eu suspirei.
- Gui, você gosta dela? - Perguntei.
- Eu a amo, Cá. Eu sei que nunca falei isso pra ela, mas eu sou muito apaixonado naquela mina.
- E ela também é por você, Gui! É por isso que tem afetado tanto ela essas suas atitudes. Você ia gostar de saber que ela tem saído com outros caros? Dado pra outros? Feito tudo que faz com você?
Ele abaixou a cabeça e falou baixinho, mas eu pude ouvir.
- Não, eu piraria se soubesse disso.
-Então, Gui. É a mesma coisa com ela! Isso a machuca! Você tem que decidir o que você quer da sua vida, ou ela ou todas as outras garotas. Evita de se machucar e a machucar.
Ele suspirou.
- Eu sei! 
- Pensa direitinho, e conversa com ela. Tá bom?
- Ela não quer nem me ver pintado de ouro! Nunca vi mais brava.
Soltei uma risada leve.
- Logo passa, a fera amansa!
Meu celular apitou e era uma mensagem do Rodrigo.
- O Rodrigo chegou!
- Então vai lá. Você vem dormir em casa?
Ele disse e levantou da cama.
- Ai meu Deus!
Coloquei a minha mão na cabeça. 
- Eu vou dormir na casa dele e esqueci de ajeitar as coisas.
Guilherme deu risada.
- Eu preciso entregar um texto pra ele, vou descer e ai peço pra ele esperar, jae? Mas não demora.
Eu apenas assenti e ele saiu do quarto. Corri pegar uma bolsa que fosse um pouco grande, e coloquei algumas coisas básicas lá dentro, como escova de cabelo, de dentes, desodorante, calcinha, e uma outra roupa pra eu poder usar no outro dia, junto com um chinelo. Dei uma última olhada no espelho e sai do apartamento.

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