Capítulo 94

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-André, eu não vou entrar ai! - Falei pela milésima vez.
Nós estávamos parados em frente a porta de uma padaria.
- Camila, qual o problema? - Falou.
- Eu tô suada, descabelada..
Ele revirou os olhos.
- Fala sério, vem logo!
André segurou a minha mão e me puxou, me fazendo entrar no estabelecimento.
Nos sentamos em uma mesa um pouco afastada e bem próxima a janela, onde tinha uma vista bem bonita pro mar.
- Você me paga!
Falei cruzando os braços, enquanto ele soltava uma risada.
- Depois diz que não é patricinha, toda fresca.. Não sei quem aguenta.
Fiz uma cara de brava e fui falar algo, mas fui interrompida.
- Olá, gostariam de fazer os pedidos?
Uma moça nos perguntou sorrindo.
- Eu quero um pedaço de torta de frango e um suco de laranja, por favor. - Pedi.
- Eu também quero uma pedaço da torta, mas com coca cola
André pediu e a moça assentiu, e saiu dali em seguida.
- Vai pagar pra mim? - Perguntei.
Ele me olhou incrédulo.
- Que folgada!
- Você me obrigou a entrar aqui, ou seja, vai pagar.
Falei e dei de ombros.
Nós ficamos conversando coisas aleatórias, até nossos pedidos chegarem.
- E o Pedro?
André me perguntou enquanto eu tomava um gole do suco.
- Sumiu.. nunca mais eu vi ou fiquei sabendo dele.
- E você não sente falta? - Perguntou.
Eu suspirei.
- Depois que descobri a traição, muitas outras coisas aconteceram, sabe?
Falei e ele assentiu.
- Então eu não tive tempo de sofrer, de sentir falta, mas parando agora pra pensar, eu sinto e não sinto.. Era bom passar o dia com ele, ser mimada e mimar, a gente se divertia juntos, mas o ciumes dele passava dos limites, e eu não queria viver com um ciumento enlouquecido de volta, então, pra te falar a verdade, descobrir que ele me traia, foi digamos que um alivio, assim eu pude me livrar logo. - Falei.
André me olhava com uma expressão estranha e de quem não estava entendendo nada, estava até engraçado e acabei dando uma risada leve.
- Confuso tudo isso hein...
Ele falou bebendo a coca.
- Um pouco. Na verdade, você foi a primeira pessoa que eu contei isso tudo, digo, da parte que eu não queria viver isso de volta e tal. - Falei.
- Mas e você já viveu isso antes?
- É uma história bem complicada.. Qualquer dia eu te conto, se eu tiver coragem.
Ele apenas assentiu e não tocou nesse assunto mais, com certeza entendeu que eu não gostaria de falar sobre aquilo.
Ficamos conversando coisas aleatórias até terminarmos de comer.
- Vou te esperar ali na porta enquanto você paga, tá?
Falei e André balançou a cabeça positivamente.
Fiquei na porta da padaria observando as pessoas que passavam por ali, sentia um aperto no meu peito e não sabia exatamente o motivo.
- Pronto!
André falou parando ao meu lado e guardando a carteira no bolso.

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